São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MS e Paraguai selam acordo para combate à febre aftosa

Ação conjunta será realizada na região de fronteira, ainda considerada de risco

Acordo deverá pôr fim a conflito diplomático entre os dois países, depois que o secretário de MS disse que há aftosa do lado paraguaio

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, e o presidente do Senacsa (Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal) do Paraguai, Hugo Corrales, fecharam ontem um acordo em Campo Grande para combate conjunto da febre aftosa na região de fronteira.
O entendimento deve pôr fim ao conflito diplomático entre o Brasil e o Paraguai que surgiu neste mês, quando o secretário estadual de Produção de Mato Grosso do Sul, João Cavalléro, disse acreditar que há aftosa do lado paraguaio.
O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai queixou-se ao Itamaraty. O governo paraguaio diz que desde julho de 2003 não existem focos da doença em seu país, que tem 10 milhões de bovinos.
Mato Grosso do Sul, onde há um rebanho de 25 milhões de animais, registrou, em outubro de 2005, um foco de aftosa na região de fronteira. Três municípios -Japorã, Eldorado e Mundo Novo- ainda continuam como área de risco.
"Creio que está tudo superado. Deveríamos evitar que aconteçam problemas diplomáticos por rumores de políticos e produtores da fronteira. Nós temos que assumir o compromisso de evitar a desconfiança entre vizinhos", disse Corrales.
Cavalléro foi na mesma linha. "Acho que a fase de acusação passou, tanto que eles vieram buscar um entendimento com a gente."
Conforme o presidente do Senacsa, ficou acertado com o governador que o Brasil e o Paraguai vão iniciar acordos sanitários já assinados, mas ainda não colocados em prática. Zeca se comprometeu a marcar uma reunião com o presidente Lula até o fim do mês.
Ainda conforme Corrales, o acordo discutido ontem está baseado em cinco pontos: mapeamento das propriedades; cadastro das fazendas e animais na fronteira; identificação individual dos animais, com brincos diferentes para os do Paraguai e do Brasil; sistema de vacinação no mesmo período com assistência mútua do Paraguai e Brasil; e registro de animais vacinados de forma que os serviços sanitários dos dois países tenham informações até sobre a venda de gado.


Texto Anterior: Dólar recua para R$ 2,132, o menor valor em cem dias
Próximo Texto: Vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.