São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007 |
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AL não corre risco, diz "pai" do Consenso de Washington John Williamson afirma que continuidade do corte de juros no Brasil é uma política "sábia" Para o economista, não existe "base para pânico'; segundo ele, situação tem de "piorar muito" para causar preocupação
SÉRGIO DÁVILA FOLHA - Citando "aversão ao risco" e "possível queda no valor das commodities", o jornal "Financial Times" diz que a América Latina está sob risco de contágio. Está mesmo? JOHN WILLIAMSON - Não neste momento. A situação tem de piorar muito para justificar que as pessoas se preocupem. Creio realmente que as condições financeiras de muitos países da América Latina melhoraram imensamente, e esses estão numa posição mais forte. É claro que, se a crise continuar por muito mais tempo, é provável que engolfe a América Latina, mas nesse estágio a situação está razoavelmente segura. FOLHA - O Banco Central brasileiro
não deve aumentar a taxa de juros;
na verdade, há indícios de que continue em sua política de baixar mais.
O sr. acha que é uma decisão sábia?
FOLHA - Pelo menos um analista
chamou as recentes decisões do
atual presidente do Fed, de dizer a
princípio que tudo estava bem para
uma semana depois cortar a taxa de
redesconto, de "Bernanke's baby
steps" (o engatinhar de Bernanke).
O sr. acha que ele se sai bem de sua
primeira crise?
FOLHA - Muitos analistas têm dito
que essa é uma crise de crédito, não
de liquidez, e que por isso as injeções
que os bancos centrais do mundo inteiro têm feito seriam o remédio certo para a doença errada, uma vez
que não lidam com a raiz do problema, que é a de consumidores sem
crédito. Concorda?
FOLHA - Críticos dizem que parte
da culpa do efeito da atual crise nas
economias emergentes tem a ver
com o Consenso de Washington. Se
eu não me engano, o item 7 de seu
corolário pregava a "liberalização da
entrada de investimento estrangeiro direto". Quando os governos fazem isso, recebem também capital
especulativo, que é o primeiro a fugir em momentos de incerteza. Como o sr. responde a isso?
FOLHA - O sr. nunca se cansa de responder perguntas sobre o Consenso
de Washington?
FOLHA - O sr. anteviu de alguma
maneira a "guinada à esquerda" da
América Latina?
FOLHA - O sr. citou a Argentina. Para encerrar: o país é sempre citado
como um antiexemplo, por entrar
em 2000 numa das piores crises econômicas ao seguir os seus preceitos.
Como responde a isso?
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