São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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TAXAS

CMN se reúne na próxima semana para discutir TJLP

Mantega vê espaço para reduzir juro de longo prazo, hoje em 9,75%

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Já existe espaço para a redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), atualmente em 9,75% ao ano na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) marcada para a próxima semana, na avaliação do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Guido Mantega. A taxa é usada nos empréstimos concedidos pelo banco.
Segundo Mantega, os dois parâmetros que norteiam a TJLP sinalizam que ela pode ser reduzida: a expectativa de inflação futura em queda e o risco-país abaixo dos 400 pontos, um patamar que tem se mantido desde o dia 6.
Para o presidente do banco, caso a taxa seja mantida, será criado um "desequilíbrio inflacionário", com a Selic em queda. "Se a TJLP ficar no mesmo patamar com a inflação caindo, o custo do dinheiro para o investimento estará subindo", disse.
Com base nas projeções do mercado, que prevê a Selic na faixa dos 18% no final do ano, o cenário que se desenha com a manutenção da taxa, na avaliação de Mantega, é de consumo mais barato e investimento mais caro. "A TJLP determina a oferta de amanhã e a Selic determina o consumo. Para que continue tendo equilíbrio inflacionário, uma oferta condizente com a demanda, tem que baixar também a TJLP", afirmou.
A pressão contra os juros altos nos empréstimos para investimentos ganhou fôlego com a presença dos presidentes das federações das indústrias de São Paulo, Paulo Skaf; do Rio de Janeiro, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; de Minas Gerais, Robson Braga de Andrade, e do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, que participaram de almoço com Mantega.

Fundo de aval
Mantega afirmou que pretende atender uma demanda antiga do empresariado com a criação de um fundo de aval para as pequenas e médias empresas. Ele funciona como uma espécie de seguro para empresas que não têm patrimônio para oferecer como garantia em empréstimos. Dessa forma, o empresário poderá reduzir os custos com fiança bancária. Segundo Mantega, a formatação do fundo, que precisa contar com outros parceiros, deve ficar pronta em cerca de 30 dias.


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