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Desemprego estaciona em 10,6%; renda sobe 0,7%
Taxa está estagnada há 6 meses e revela que mais pessoas buscam vagas, diz IBGE
Taxa costuma cair no 2º semestre, mas número de trabalhadores procurando emprego é 17,2% maior em relação a agosto de 2005
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O desemprego nas seis principais regiões metropolitanas
do país ficou estatisticamente
estável em agosto, em 10,6%,
contra 10,7% de julho. Segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), há seis
meses a taxa permanece estatisticamente estável.
Tradicionalmente a taxa de
desemprego começa a cair a
partir de meados do segundo
trimestre, o que não aconteceu
neste ano. Na avaliação do IBGE, o mercado de trabalho se
tornou mais atraente com o aumento do emprego formal e da
renda. Com isso, mais pessoas
começaram a buscar trabalho,
o que explicaria a alta taxa.
De julho para agosto, o mercado de trabalho absorveu mais
226 mil pessoas. Na comparação com agosto de 2005, foram
criados 558 mil postos. "O bom
cenário econômico tornou o
mercado atrativo, estimulando
as pessoas a procurar trabalho", afirmou Cimar Azeredo,
coordenador da pesquisa.
O número de pessoas em
busca de trabalho registrou um
aumento de 17,2% em relação a
agosto de 2005, o que significa
que mais 355 mil pessoas começaram a procurar emprego.
"Um mercado positivo de
verdade deveria absorver todo
mundo que está procurando
emprego, mas isso depende de
um maior crescimento econômico, de reformas e de maior
flexibilidade nas contratações",
disse Guilherme Maia, analista
da consultoria Tendências.
Um dos principais fatores de
atração do mercado de trabalho
hoje é o rendimento, que cresceu puxado pela formalização.
O número de empregados com
carteira cresceu 5,9% na comparação com agosto de 2005,
equivalente a mais 472 mil pessoas. O rendimento voltou a
crescer em agosto, com expansão de 0,7% em relação a julho e
de 3,5% na comparação com
agosto do ano passado. O rendimento médio da população
ocupada ficou em R$ 1.036,20.
Segundo Marcelo de Ávila,
economista do Ipea, a melhora
na renda pode ser explicada pelo aumento do salário mínimo e
da formalização e também pela
inflação em baixa. Além disso,
ele destaca a melhora dos acordos salariais.
Piora sensível
A análise do desempenho do
mercado de trabalho no governo Lula mostra que o país teve
avanços significativos, mas que
em 2006 houve uma sensível
piora de alguns indicadores.
"Houve uma mudança estrutural no mercado de trabalho. Em
2003, houve forte expansão do
emprego, mas o que surgiu foi
um emprego de má qualidade.
As vagas agora têm mais qualidade", disse. A taxa média de
desocupação de janeiro a agosto de 2003 foi de 12,4%. Em
igual período de 2006, o indicador havia recuado para 10,3%,
mas já havia sido menor no ano
passado, quando havia atingido
o patamar de 10,1%.
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