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Megainvestidores estrangeiros apostam em energia na Argentina
Warren Buffett, 2º mais rico do mundo, quer investir em energia elétrica
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Megainvestidores internacionais voltaram os olhos para
o setor energético argentino,
que, nos últimos anos, recebeu
poucos investimentos.
O segundo homem mais rico
do mundo, o americano Warren Buffett, 76, e o húngaro
George Soros, 76, têm na mira
negócios na área.
Buffett busca investir em
concessionárias de serviços públicos em países emergentes.
Na Argentina, está interessado
no potencial (e na necessidade)
de expansão do setor elétrico
-que receberá grande apoio do
governo, que quer escapar a todo custo da crise energética.
Soros, que, pouco antes do
ápice da crise econômica que
levou a Argentina ao "default"
em 2001, vendeu todos os ativos que tinha no país, deve investir em uma fábrica de biocombustíveis, segundo o governo argentino. A fábrica deve
usar o milho que o próprio Soros produz na Argentina como
matéria-prima.
O investimento, segundo o
governo argentino, seria de cerca de US$ 300 milhões, podendo chegar a US$ 500 milhões.
Esse é considerado o verdadeiro retorno do magnata ao país.
Em 2003, Soros investiu
US$ 14 milhões em um grupo
de telecomunicações no país.
No ano passado, ele tornou-se
sócio de uma companhia agropecuária, investindo em gado,
leite, soja e milho.
O presidente Néstor Kirchner, que está em Nova York para atrair investimentos para a
Argentina, encontrou empresários do Conselho das Américas e, anteontem, falou a uma
platéia de investidores, executivos e analistas da Goldman
Sachs, Exxon, Merrill Lynch,
Barrick Gold, Standard &
Poor's, Deutsche Bank e Fitch,
entre outros.
Ontem, a Occidental Petroleum confirmou que duplicará
seus negócios na Argentina nos
próximos cinco anos.
Sem investimento
O governo Kirchner já ameaça as concessionárias petroleiras do país que não têm feito investimentos nas áreas cedidas
para explorar petróleo e gás
-há 18 concessões à prova.
Uma permissão foi cassada e
houve uma devolução de área.
O plano é recuperar os ativos tidos como subexplorados para
depois encontrar novos interessados.
A Argentina enfrenta um cenário de escassez de diesel nos
postos de gasolina de diferentes regiões e de eventual falta
de energia elétrica no verão.
O governo argentino anunciou no mês passado a retomada dos investimentos públicos
e privados para aumentar a geração de energia nuclear, mas
os resultados disso só devem
ser sentidos em 2009 ou 2010.
Consumo sobe
Segundo a Fundelec (Fundação para o Desenvolvimento
Elétrico), entidade sem fins lucrativos que reúne profissionais do setor elétrico no país,
desde 2000 aumentou 27,7% o
consumo de energia no país
-sem que fosse realizado nenhum grande investimento
nem a instalação de nenhuma
nova usina.
Para a entidade, que ainda
não usa o termo crise, "hoje a
Argentina se aproxima de seu
limite de capacidade".
Em 2005, um relatório da
Fundelec previu que a Argentina viveria um quadro de "incerteza" energética em 2007, caso
não houvesse investimentos.
De acordo com dados da entidade, do que é gerado no país,
51% da energia é térmica, 42%,
hidrelétrica, e 7%, nuclear.
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