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Petrobras inicia trocas e reacomoda petista
Apoiado por Lula, José Eduardo Dutra, ex-senador e ex-presidente da estatal, assume o comando da BR Distribuidora
Com mudanças, Ildo Sauer, também do PT, perde cargo; negociadas pelo Planalto, indicações políticas podem atingir outras 3 diretorias
DA SUCURSAL DO RIO
Para acomodar indicações
políticas do PT e de partidos da
base aliada (PMDB, PTB e PP),
o governo iniciou a troca da diretoria da Petrobras e de sua
subsidiária BR Distribuidora.
Na cota do PT, foi aprovada
ontem a nomeação do ex-senador e ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra para a
presidência da BR, em substituição a Maria das Graças Foster, que assumirá a diretoria de
Gás e Energia, no lugar de Ildo
Sauer, também petista.
Dutra perdeu as eleições do
ano passado para o Senado por
Sergipe. Ele afirma que seu nome "foi colocado" pelo partido
a Lula em março deste ano. No
último dia 3 de setembro, em
Aracaju, Lula disse publicamente que Dutra voltaria para
a empresa, decisão que foi formalizada ontem.
Dutra é geólogo e já passou
por diversos cargos na estatal.
Foi membro do conselho de administração da BR e presidente
dos conselhos da Transpetro,
da Petroquisa e da Petrobras
Energia, entre outros.
Graça Foster é uma indicação pessoal da ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Rousseff,
também presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Foi sua secretária de Petróleo e Gás, quando era ministra de Minas e Energia. Já esteve na presidência da Petroquisa
e também ocupou um cargo ligado à diretoria de Abastecimento da Petrobras.
O orçamento da Petrobras
para este ano chega a R$ 52 bilhões, segundo a empresa. Somente a BR, contará com R$
2,6 bilhões no período de 2008
a 2012. São empresas que têm
porte de ministério em termos
de verbas de investimento.
Novas mudanças
Acertadas pela cúpula do governo e negociadas diretamente pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, as mudanças podem atingir outras três diretorias da Petrobras. Para a diretoria Internacional, pode ser indicado João Augusto Fernandes, na cota do PMDB mineiro.
Ele foi diretor de Mercado
Consumidor da BR durante o
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Se confirmado, entrará no lugar de
Nestor Cerveró, técnico de carreira, ligado ao senador petista
Delcídio Amaral -também ex-diretor da Petrobras.
O diretor de Abastecimento,
Paulo Roberto Costa, ligado ao
PP, pode ser substituído por
pressão do ministro de Relações Institucionais, Walfrido
dos Mares Guia (PTB), que
quer a indicação do ex-gerente-executivo de Abastecimento
Alan Kardec para o posto.
Kardec, que entrou em atrito
com Costa por causa da nomeação, foi acomodado numa assessoria direta do presidente da
estatal, José Sergio Gabrielli.
Apenas dois diretores estão
confirmados nos cargos: Almir
Barbassa (Financeira) e Renato
Duque (Serviços), além do próprio presidente Gabrielli.
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