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O CUSTO DA TRANSIÇÃO
Avaliação mede quão vulnerável ou forte está um país
Nota é parâmetro para investidores
DA REPORTAGEM LOCAL
As notas dadas pelas agências
de classificação de risco servem de
parâmetro para investidores decidirem onde aplicar seus recursos
ou quanto pedir de juros na hora
de negociar determinado título.
Quando aumentam ou diminuem uma nota -conhecida por
"rating"-, as agências levam em
consideração vários pontos, segundo os critérios de cada uma,
que demonstrem maior ou menor vulnerabilidade de um país.
Dentre os tópicos que são avaliados estão a evolução da relação
entre dívida pública e PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas em um país), o
nível das reservas internacionais,
a situação do mercado financeiro
doméstico e a comparação com
seus pares regionais.
Empresas e instituições financeiras também são alvo das avaliações e notas concedidas pelas
agências de risco.
Críticas aos critérios utilizados
pelas agências não faltam. Muitos
governos reclamam de os analistas responsáveis pelo aumento ou
corte dos ratings não conhecerem
profundamente a realidade econômica do país avaliado.
Para um país (ou uma empresa), ter sua nota cortada pode significar maiores custos na hora de
tentar emitir papéis no mercado
internacional. Quanto melhor a
nota do país, mais baixos os juros
cobrados sobre empréstimos.
A queda na escala de classificação de risco de uma agência demonstra piora nas expectativas
quanto às possibilidades de um
governo conseguir honrar seus
compromissos dentro dos prazos
esperados.
A Fitch Ratings baixou a nota
do Brasil ontem para B, em uma
escala que vai até AAA, que representa segurança máxima.
A cada corte em sua nota, o Brasil fica mais longe do grau de investimento ("investment grade",
um tipo de zona de segurança) e
mais próximo da zona de "default" (onde ficam países que deram ou estão para dar calote de
sua dívida).
Casos recentes de fraudes contábeis envolvendo grandes empresas norte-americanas, como a
Enron, que não foram detectados
a tempo pelas agências, abalaram
a confiança dos mercados nos critérios de avaliação das instituições.
Se as notas e avaliações das
agências de classificação tivessem
conseguido apontar problemas
nas contas e resultados das empresas, investidores poderiam ter
evitado grandes prejuízos financeiros.
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