São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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O CUSTO DA TRANSIÇÃO

Avaliação mede quão vulnerável ou forte está um país

Nota é parâmetro para investidores

DA REPORTAGEM LOCAL

As notas dadas pelas agências de classificação de risco servem de parâmetro para investidores decidirem onde aplicar seus recursos ou quanto pedir de juros na hora de negociar determinado título.
Quando aumentam ou diminuem uma nota -conhecida por "rating"-, as agências levam em consideração vários pontos, segundo os critérios de cada uma, que demonstrem maior ou menor vulnerabilidade de um país.
Dentre os tópicos que são avaliados estão a evolução da relação entre dívida pública e PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas em um país), o nível das reservas internacionais, a situação do mercado financeiro doméstico e a comparação com seus pares regionais.
Empresas e instituições financeiras também são alvo das avaliações e notas concedidas pelas agências de risco.
Críticas aos critérios utilizados pelas agências não faltam. Muitos governos reclamam de os analistas responsáveis pelo aumento ou corte dos ratings não conhecerem profundamente a realidade econômica do país avaliado.
Para um país (ou uma empresa), ter sua nota cortada pode significar maiores custos na hora de tentar emitir papéis no mercado internacional. Quanto melhor a nota do país, mais baixos os juros cobrados sobre empréstimos.
A queda na escala de classificação de risco de uma agência demonstra piora nas expectativas quanto às possibilidades de um governo conseguir honrar seus compromissos dentro dos prazos esperados.
A Fitch Ratings baixou a nota do Brasil ontem para B, em uma escala que vai até AAA, que representa segurança máxima.
A cada corte em sua nota, o Brasil fica mais longe do grau de investimento ("investment grade", um tipo de zona de segurança) e mais próximo da zona de "default" (onde ficam países que deram ou estão para dar calote de sua dívida).
Casos recentes de fraudes contábeis envolvendo grandes empresas norte-americanas, como a Enron, que não foram detectados a tempo pelas agências, abalaram a confiança dos mercados nos critérios de avaliação das instituições.
Se as notas e avaliações das agências de classificação tivessem conseguido apontar problemas nas contas e resultados das empresas, investidores poderiam ter evitado grandes prejuízos financeiros.


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