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MS fará abate antes de confirmação
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ELDORADO (MS)
O governo de Mato Grosso do
Sul anunciou ontem que irá abater animais com suspeita de febre
aftosa antes mesmo da confirmação laboratorial da doença.
"Nós não vamos mais esperar a
confirmação da aftosa por parte
de laboratório porque demora de
dez a 15 dias. Esses animais estavam no pasto e, com isso, proliferando [o vírus]. Se tiver qualquer
denúncia, qualquer indício, vamos abater o animal", disse o secretário da Produção e Turismo
do Estado, Dagoberto Nogueira.
Segundo o secretário, antes de
abater o animal, será colhido material para análise laboratorial.
Nas três propriedades no município de Japorã (486 km de Campo Grande) onde os focos de aftosa já foram confirmados pelo Ministério da Agricultura, o abate
ainda não foi iniciado.
Segundo o secretário, elas não
representam risco de propagação
do vírus, pois estão interditadas.
O problema estaria nas propriedades onde há suspeita da doença, pois, nestes casos, não há interdição. A Folha esteve ontem
em um lote do assentamento Savana, em Japorã (486 km de Campo Grande), onde havia suspeita
da doença em duas novilhas.
Ontem, durante a audiência pública realizada no município de
Eldorado (448 km de Campo
Grande), onde foi confirmado o
primeiro foco de febre aftosa do
Estado, Nogueira disse que o governo federal dará o dinheiro necessário para indenizar os produtores que terão o rebanho abatido.
Mas o secretário não estimou o
número de cabeças de gado que
terão que ser mortas na região.
Segundo o secretário, a indenização será paga pelo preço de
mercado. Em Eldorado, já foram
abatidas 584 cabeças de gado da
fazenda Vezozzo. Outras 3.548 da
fazenda Jangada começaram a ser
mortas na quarta-feira. Mas uma
decisão judicial ontem suspendeu
o abate (leia texto nesta página).
Além do secretário da Produção, participaram da audiência os
secretários Ralf Marques (Coordenação Geral de Governo) e Antônio Braga (Segurança Pública),
além do diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa
Sanitária Animal e Vegetal), João
Cavallero, e do delegado federal
da Agricultura, José Felício.
Questionado se houve falha na
fiscalização e sobre o motivo de o
foco da doença não ter sido detectado antes, o secretário se irritou.
"[Não foi detectado antes] porque não somos adivinhões. Só foi
detectado quando fomos comunicados. Não arruma falha. Estamos com muita presteza, nunca
foi feito um trabalho como este.
Pára de querer arrumar confusão", disse.
Cerca de 400 pessoas participaram da audiência. A maioria era
de produtores rurais e funcionários do frigorífico Boifran, de Eldorado, que está parado desde a
confirmação do foco.
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