São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007 |
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Citibank defende ingresso do Brasil no G7
Para William Rhodes, Brics deveriam se unir aos ricos e formar um G11 a fim de reduzir o desequilíbrio econômico
SÉRGIO DÁVILA DE WASHINGTON Brasil, Rússia, Índia e China deveriam fazer parte do G7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo. Quem defende a proposta é William Rhodes, presidente do Citibank. Os países do chamado grupo Brics "deveriam se juntar aos ministros das Finanças do G7 para formar um G11, como o IIF propôs há muito tempo", disse o banqueiro, referindo-se ao Instituto de Finanças Internacionais, do qual é vice-diretor. As quatro economias emergentes "precisam estar na mesa de negociações para elevar as chances de sucesso de esforços multilaterais para diminuir o desequilíbrio econômico", disse Rhodes, no término do evento que celebrava os 25 anos de existência da entidade que reúne 370 instituições financeiras do mundo inteiro, ontem pela manhã, em Washington. O banqueiro defendeu a incorporação dos Brics ao G7 (Canadá, França, Alemanha, EUA, Japão, Reino Unido e Itália) após elogiar a performance das economias dos países ditos emergentes na atual crise financeira americana. "Do Brasil à Índia, eles abriram seus mercados e se tornaram mais integrados à economia global." O documento, divulgado ao final do encontro, diz que o fluxo líquido de capitais para mercados emergentes ultrapassará a barreira dos US$ 600 bilhões ao ano pela primeira vez na história, atingindo US$ 620 bilhões até o final do ano, ante US$ 573 bilhões em 2006. Desse total, US$ 106 bilhões devem ir para a América Latina, mais que o dobro do montante de 2006 (US$ 52,6 bilhões). A estimativa do IIF para 2008, no entanto, é menos otimista. Como efeito da crise imobiliária norte-americana, calcula que o total de fluxo de capitais cairá para US$ 593,1 bilhões, em geral, e para US$ 88,1 bilhões para a América Latina. A expectativa de crescimento do PIB da região também baixou, de 5% em 2007 para 4,3% em 2008. No Brasil, vai de 4,9% em 2007 para 4,2% em 2008. "Dadas as várias e graves incertezas [do futuro próximo], seria um erro para as autoridades financeiras dos emergentes serem complacentes apenas porque seus mercados tiveram desempenho melhor que o dos países desenvolvidos durante a turbulência recente", alertou Rhodes. "E seria um erro profundo dos investidores se tornar exageradamente confiantes sobre as perspectivas de lucro nos mercados emergentes." Mea culpa Na ocasião, o IIF aproveitou para fazer um mea culpa sobre o fato de a crise recente pegar as instituições financeiras de surpresa e para lançar um comitê que apresentará em abril propostas que ajudem a evitar novos sustos. "Aceitamos nossa responsabilidade", disse Josef Ackermann, diretor da entidade. "Erros foram cometidos, agora procuramos soluções." Entre os pontos a serem examinados pelo comitê recém-lançado, estão o papel das agências de riscos e a transparência nas práticas do mercado. "Precisamos examinar o processo de classificação de riscos para restaurar a confiança dos investidores", disse Ackermann. Texto Anterior: Crash de 1987 deixou lições para o Fed Próximo Texto: BC e Fazenda divergem sobre fundo soberano Índice |
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