|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TAM compra Pantanal e volta à liderança em Congonhas
Negócio de R$ 13 mi marca retorno da empresa como operadora de voos regionais
Com aquisição, TAM supera
Gol em Congonhas e
tira chances da Azul de
entrar no aeroporto
mais rentável do país
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
A TAM anunciou ontem a
aquisição total da empresa aérea Pantanal, por R$ 13 milhões. Com a compra, a TAM
recupera a liderança em número de slots (posições de pouso e
decolagem) no aeroporto de
Congonhas (SP) e acaba com a
única chance que a Azul tinha
de entrar no aeroporto mais
rentável do país. A liderança
em slots havia sido perdida para para a Gol quando esta comprou a Varig, em 2007.
O principal ativo da Pantanal
são os 135 slots semanais em
Congonhas. Há mais 61 que foram retomados pela Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) e que a TAM deve tentar
reaver na Justiça.
Segundo o presidente da
TAM, Líbano Barroso, a aquisição marca a volta da empresa
como operadora de linhas regionais. "Com a Pantanal, trazemos uma nova linha de negócios e vamos explorar destinos
de média densidade que serão
integrados à nossa malha doméstica e internacional."
A TAM não tem obrigação legal de manter a mesma malha
ou a marca. Mas, segundo Barroso, esse é o objetivo. "Essa
malha tem muito valor e vamos
potencializar isso, integrando-a aos nossos processos e à malha doméstica e internacional
da TAM", disse Líbano. "Vamos
poder ligar Bauru à Frankfurt."
O executivo afirmou que o
crescimento da Pantanal poderá se dar com aviões da Embraer. A empresa possui três
aviões turboélices modelo ATR
em operação. "Sem dúvida, os
da Embraer são os mais bem
posicionados nesse mercado de
menos de cem lugares."
A aquisição depende da aprovação da Anac. A Pantanal, em
recuperação judicial, tem
0,14% do mercado e liga Congonhas a cidades do interior,
como Bauru e Marília.
O negócio envolve ativos e
passivos. A Pantanal possui
uma dívida tributária superior
a R$ 50 milhões que está enquadrada no Refis (pagamento
em 15 anos). Há ainda um passivo de R$ 18 milhões com fornecedores, sendo quase R$ 5
milhões com a própria TAM.
O negócio deve inaugurar
uma disputa judicial entre
TAM e Anac. Em agosto, a Anac
comunicou à Pantanal que iria
redistribuir 61 slots que estavam fora de uso, como prevê a
legislação. A Pantanal tentou
barrar o processo na Justiça,
mas há duas semanas o STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
deu decisão favorável à Anac.
A Anac informou que a venda
da Pantanal não altera o cronograma e que o leilão de distribuição de slots está confirmado
para 1º de fevereiro.
Questionado pela Folha se
planeja recorrer à Justiça para
manter a totalidade dos slots,
Barroso limitou-se a dizer que
vai "defender os interesses da
companhia" e "respeitar os devidos processos legais".
A TAM recusou, há dois
anos, uma oferta de compra da
Pantanal. Um ano antes, a
companhia havia anunciado
uma decisão estratégica de sair
da aviação regional, privilegiando aviões maiores e rotas
de maior densidade. A empresa
passou, então, a atender cidades de baixa ou média densidade em parceria com a Trip.
O momento agora, diz Barroso, é outro. "O mercado está em
forte crescimento, e acreditamos que exista um potencial
interessante para rotas de media densidade."
Recentemente, a Azul tentou
comprar a Pantanal. "Estávamos prontos para comprar,
mas desistimos quando a Anac
disse que não havia garantia de
manutenção dos slots por entender que eles são um bem
público que não pode ser vendido", disse o vice-presidente
de relações institucionais da
Azul, Adalberto Febeliano.
Texto Anterior: Famílias de menor renda consomem mais supérfluos Próximo Texto: Orçamento: Comissão mantém Petrobras em lista de obras irregulares Índice
|