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Venezuela envia menos energia ao país
Vizinho diminuirá fornecimento a Roraima
em razão de níveis baixos das águas de lago
Estado não está interligado
ao sistema brasileiro;
Eletronorte descarta
desabastecimento e
vai religar termelétricas
JEAN-PHILIP STRUCK
DA AGÊNCIA FOLHA
A Venezuela anunciou que
vai suspender parte do fornecimento de energia ao Estado de
Roraima. As águas do lago que
abastece o complexo de Guri,
no sul da Venezuela, responsável pela produção de 3/4 da
energia do país e fornecedor de
eletricidade para parte de Roraima, estão baixas.
A partir de janeiro, os venezuelanos vão suspender o fornecimento de 20 MW (megawatts) mensais para o Estado.
Em fevereiro, planejam suspender o envio de mais 20 MW.
Boa Vista e mais cinco cidades de Roraima consomem 97
MW mensais, energia que vem
exclusivamente da Venezuela,
já que o sistema de distribuição
de energia do Estado não está
interligado ao resto do Brasil.
Para substituir a parte da
energia que terá envio suspenso, a Eletronorte, empresa responsável pela compra da energia venezuelana, pretende reativar usinas termelétricas em
Roraima que estavam fora de
operação desde a construção da
linha de transmissão com a Venezuela, em 2001.
A empresa informa que também pretende, por meio de licitação, comprar eletricidade de
produtores independentes de
energia (PIE).
Segundo o gerente local da
Eletronorte em Roraima, Cláudio Alípio Santos, a situação
não é preocupante. "Existem
planos de racionamento e de
emergência para suprir com
energia serviços essenciais,
mas é algo rotineiro. O abastecimento de energia não vai ser
afetado."
Oito dos 14 municípios do
Estado ainda continuam sendo
abastecidos por termelétricas.
A energia por geração termelétrica é mais cara, mas a Eletronorte diz que a diferença não
será repassada para as distribuidoras e os consumidores. A
empresa, por meio de sua assessoria, informou que pretende absorver os custos extras.
O acordo assinado entre a
Eletronorte e a Edelca (empresa de energia venezuelana), em
1997, previa o fornecimento de
200 MW mensais. Boa Vista e
outras cidades interligadas
consumiam pouco menos da
metade garantida pelo acordo.
A construção da linha permitiu, à época, segundo o governo
brasileiro, a economia de
R$ 120 milhões anuais.
Crise energética
Há meses a Venezuela está
envolta numa crise energética,
que tem levado manifestantes
às ruas para reclamar do racionamento e dos apagões.
O presidente do país, Hugo
Chávez, responsabilizou a escassez de chuvas pela falta de
energia. Entre outras recomendações, pediu que as pessoas
usem lanterna e evitem acender a luz quando acordarem à
noite para ir ao banheiro.
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