DA REDAÇÃO

A Eastman Kodak, maior fabricante mundial de filmes e sinônimo internacional de fotografia, vai demitir até 15 mil pessoas nos próximos três anos. A empresa passa por um profundo processo de reestruturação para se adaptar aos novos tempos e não morrer, em meio à crescente utilização da tecnologia digital.
Na semana passada, a companhia já havia anunciado que deixaria de produzir máquinas fotográficas tradicionais. Temendo uma queda mais intensa nas vendas de filmes fotográficos em todo o planeta nos próximos anos, a empresa focará seus negócios agora em produtos digitais.
A Kodak informou que demitirá entre 12 mil e 15 mil pessoas até 2006. Os cortes representam cerca de 20% do total empregado hoje pela empresa no mundo.
O objetivo é cortar gastos da ordem de US$ 1 bilhão até 2007. O mercado financeiro aplaudiu a decisão, e as ações do grupo, que estavam em baixa, lideraram os ganhos na Bolsa de Nova York nos negócios de ontem.
A companhia já havia eliminado 22 mil empregos nos últimos cinco anos, reduzindo sua força de trabalho para cerca de 64 mil pessoas. Em 98, quando a tecnologia digital ainda engatinhava, a Kodak tinha 86 mil funcionários. Em 1983, no pico do número de pessoas empregadas, havia 136,5 mil pessoas trabalhando para a empresa no mundo.
Embora os filmes fotográficos ainda signifiquem uma ampla receita para a Kodak, a empresa perdeu espaço para a Fuji e, mais recentemente, para as câmeras digitais. Mas, apesar da nova tecnologia, ainda são vendidos 120 milhões de rolos de filme em todo o mundo a cada ano.
As mudanças na Kodak foram aceleradas pelos fracos resultados financeiros dos últimos anos. No quatro trimestre, a empresa lucrou apenas US$ 19 milhões.

Brasil afetado
O presidente da Kodak no Brasil, Junji Yamamoto, disse ontem que cada subsidiária terá de criar um plano para redução de custos.
Yamamoto não disse se haverá cortes nas duas fábricas da Kodak no país, uma em São José dos Campos e outra em Manaus. Ambas as unidades empregam 1.230 funcionários.