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TANGO DA DÍVIDA
Ministro da Economia considera suficiente a adesão de metade dos credores externos à oferta feita pelo país
Lavagna já vê Argentina fora da moratória
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
A oferta de troca da dívida pública argentina alcançou, na sexta-feira passada, o índice de 50%
de adesão, definido pelo ministro
da Economia, Roberto Lavagna,
como suficiente para que o país se
considere fora da moratória.
O anúncio de que foram trocados títulos no valor de US$ 40,9
bilhões (R$ 105,3 bilhões) dos
US$ 81,8 bilhões (R$ 210,7 bilhões) em reestruturação foi feito
ontem pelo Bank of New York,
agente de câmbio da operação.
O banco forneceu os dados à
Comissão de Valores da Itália,
país que concentra 15% dos títulos da dívida argentina e cujos
credores continuam insatisfeitos
com as condições da proposta.
A troca dos 152 títulos da dívida
em moratória desde 2001 por três
novos papéis prevê desconto de
até 75% no valor dos bônus e prazos de pagamento de até 42 anos.
Uma associação de credores italianos pediu ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi a retirada do
embaixador argentino no país,
Victorio Taccetti, caso o governo
Kirchner não melhore sua oferta.
Taccetti disse não acreditar que
o governo italiano adote essa medida e afirmou que os credores do
país europeu ausentes da troca ficarão com "papeizinhos na mão"
e deverão pedir explicações ao
presidente do Comitê Global de
Detentores de Títulos Argentinos,
o investidor italiano Nicola Stock.
Stock é o mais ferrenho opositor da oferta argentina, que classifica de "mesquinha". Seu comitê
conclamou os credores internacionais a recusar a proposta, argumentando que a Argentina seria obrigada a adiar seus prazos e
a melhorar suas condições, caso a
adesão fosse pequena.
Em anúncios feitos ontem em
jornais e rádios argentinos, o Ministério da Economia reafirma
que sexta-feira, dia 25 deste mês, é
prazo final da operação. Embora
o governo tenha relançado a campanha publicitária, o presidente
da Caixa de Valores, Luis Corsiglia, que coordena a troca de títulos no âmbito nacional, divulgou
a "cifra espetacular" de mais de
90% de adesão dos títulos em poder de credores argentinos.
O FMI deve enviar uma missão
à Argentina no próximo dia 15,
segundo o jornal econômico
"Ambito Financiero". A retomada das negociações da Argentina
com o Fundo estava prevista para
depois da saída da moratória.
Com agências internacionais
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