|
Texto Anterior | Índice
Câmbio "deixou de ser inteligente", diz setor têxtil
DA REPORTAGEM LOCAL
O câmbio "deixou de ser inteligente" e, caso a política monetária
brasileira não mude, o governo
colocará em risco o superávit comercial dos últimos anos. A avaliação é do presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria
Têxtil e de Confecção), Josué
Christiano Gomes da Silva, filho
do vice-presidente José Alencar.
Em janeiro, as importações do
setor têxtil subiram 12,5%, contra
alta de 3,6% das exportações,
sempre comparando com o mesmo mês do ano passado. O setor
continua superavitário, mas o resultado positivo diminuiu de US$
33,6 milhões em janeiro de 2004
para US$ 25,6 milhões no mês
passado. "Se prevalecer essa política [monetária], vamos acabar
em déficit", disse.
Gomes da Silva participou da
abertura da Fenatec (Feira Internacional de Tecelagem), que começou ontem em São Paulo e
abrigará expositores do setor têxtil até a próxima sexta-feira (25).
O setor estima que, durante os
quatro dias do evento, seja negociado um volume de vendas equivalente a três meses de produção.
Apesar de ser o sétimo produtor
têxtil do mundo, o Brasil exporta
menos de 10% da produção local,
o que corresponde a menos de 1%
do mercado global. O faturamento de toda a cadeia produtiva foi
de aproximadamente US$ 25 bilhões no ano passado, ao passo
que as exportações chegaram a
US$ 2,1 bilhões.
Gomes da Silva diz que as fábricas brasileiras estão entre as mais
competitivas do mundo, mas que
os ganhos de produtividade da última década ocorreram "para
dentro da porta da fábrica".
Para ele, a falta de infra-estrutura, que cria problemas de logística
e aumenta o custo dos produtos, o
crédito caro, a carga tributária excessiva e a valorização excessiva
do câmbio minam a competitividade das empresas. "Uma vez superados os obstáculos, teremos
capacidade [para crescer no mercado internacional]."
Texto Anterior: Na contramão, moeda americana sobe no Brasil Índice
|