São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FINANÇAS

Resultado do ano passado foi impulsionado pela crescente demanda por crédito; acionistas vão receber R$ 1,9 bi

Lucro do Bradesco cresce 80% e vai a R$ 5,5 bi

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Bradesco obteve em 2005 o maior lucro já registrado por um banco brasileiro. Com crescimento de 80,2% em relação a 2004, o Bradesco teve lucro líquido de R$ 5,514 bilhões, ou R$ 15,1 milhões em cada um dos 365 dias de 2005.
A crescente demanda por crédito, principalmente nos segmentos de pessoa física e de pequenas e microempresas, turbinou o resultado do maior banco privado brasileiro -como tem acontecido com o setor bancário desde 2003.
Pesquisa da consultoria Economática mostra que o lucro do Bradesco foi o mais elevado para um banco de capital aberto já registrado em toda a América Latina.
Márcio Cypriano, presidente do banco, diz que o resultado pode ser explicado pela soma de alguns pontos, como o crescimento da carteira de crédito, a consolidação da segmentação da base de clientes e o forte controle de custos.
O principal rival do Bradesco, o Itaú, teve lucro líquido de R$ 5,251 bilhões em 2005.
Analistas afirmam que talvez mais importante do que o crescimento forte do lucro foi a melhora da rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do banco (conhecido como ROE), que subiu de 22% em 2004 para 32,1% em 2005. Esse indicador mostra o potencial de retorno do banco.
Para os detentores de ações, o Bradesco destinará R$ 1,9 bilhão em dividendos e juros sobre o capital próprio.
Kelly Trentin, economista da corretora SLW, diz que, "em um ambiente econômico mais estável, era esperado que os bancos alavancassem seus ganhos com o crédito".
A carteira de crédito do Bradesco subiu de R$ 62,79 bilhões em 2004 para R$ 81,13 bilhões no ano passado (elevação de 29,2%). As operações de crédito contribuíram com 32% do lucro líquido no ano passado. O segmento de pessoa física foi o destaque na carteira de crédito do banco. O crédito ao consumo (que inclui cartão de crédito, leasing, crédito pessoal e outros) cresceu 69,9% em 2005 em relação a 2004.
Analistas afirmam que, como os juros cobrados de pessoa física costumam ser mais elevados, o crescimento desse segmento tem ajudado a inflar os ganhos dos bancos. Apesar de a taxa básica da economia estar em processo de queda, o Brasil ainda pratica de longe os maiores juros reais (descontada a inflação) do planeta, em torno dos 12% anuais.
Os serviços bancários (que englobam administração de fundos, taxas bancárias e outras) foram responsáveis por 26% do resultado da instituição.
Para Trentin, "os grandes bancos devem conseguir repetir bons resultados neste ano, ainda apoiados na expansão do crédito".

Banespa e Votorantim
Dos maiores bancos que operam no Brasil, apenas o Banespa não apresentou crescimento expressivo de seus lucros.
O conglomerado Santander Banespa encerrou 2005 com lucro líquido de R$ 1,744 bilhão (crescimento de 4,8% em relação a 2004). Se for considerado apenas o Banespa, o lucro líquido foi de R$ 1,643 bilhão (queda de 6,1%).
O banco Votorantim -que aparece em décimo lugar no ranking dos maiores bancos feito pelo BC- registrou lucro líquido de R$ 805,8 milhões em 2005. O resultado foi 8,77% superior ao obtido em 2004.


Texto Anterior: Ásia: Governo chinês lança plano para o campo
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.