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FINANÇAS
Resultado do ano passado foi impulsionado pela crescente demanda por crédito; acionistas vão receber R$ 1,9 bi
Lucro do Bradesco cresce 80% e vai a R$ 5,5 bi
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco obteve em 2005 o
maior lucro já registrado por um
banco brasileiro. Com crescimento de 80,2% em relação a 2004, o
Bradesco teve lucro líquido de R$
5,514 bilhões, ou R$ 15,1 milhões
em cada um dos 365 dias de 2005.
A crescente demanda por crédito, principalmente nos segmentos
de pessoa física e de pequenas e
microempresas, turbinou o resultado do maior banco privado brasileiro -como tem acontecido
com o setor bancário desde 2003.
Pesquisa da consultoria Economática mostra que o lucro do Bradesco foi o mais elevado para um
banco de capital aberto já registrado em toda a América Latina.
Márcio Cypriano, presidente do
banco, diz que o resultado pode
ser explicado pela soma de alguns
pontos, como o crescimento da
carteira de crédito, a consolidação
da segmentação da base de clientes e o forte controle de custos.
O principal rival do Bradesco, o
Itaú, teve lucro líquido de R$ 5,251
bilhões em 2005.
Analistas afirmam que talvez
mais importante do que o crescimento forte do lucro foi a melhora da rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do banco
(conhecido como ROE), que subiu de 22% em 2004 para 32,1%
em 2005. Esse indicador mostra o
potencial de retorno do banco.
Para os detentores de ações, o
Bradesco destinará R$ 1,9 bilhão
em dividendos e juros sobre o capital próprio.
Kelly Trentin, economista da
corretora SLW, diz que, "em um
ambiente econômico mais estável, era esperado que os bancos
alavancassem seus ganhos com o
crédito".
A carteira de crédito do Bradesco subiu de R$ 62,79 bilhões em
2004 para R$ 81,13 bilhões no ano
passado (elevação de 29,2%). As
operações de crédito contribuíram com 32% do lucro líquido no
ano passado. O segmento de pessoa física foi o destaque na carteira de crédito do banco. O crédito
ao consumo (que inclui cartão de
crédito, leasing, crédito pessoal e
outros) cresceu 69,9% em 2005
em relação a 2004.
Analistas afirmam que, como os
juros cobrados de pessoa física
costumam ser mais elevados, o
crescimento desse segmento tem
ajudado a inflar os ganhos dos
bancos. Apesar de a taxa básica da
economia estar em processo de
queda, o Brasil ainda pratica de
longe os maiores juros reais (descontada a inflação) do planeta,
em torno dos 12% anuais.
Os serviços bancários (que englobam administração de fundos,
taxas bancárias e outras) foram
responsáveis por 26% do resultado da instituição.
Para Trentin, "os grandes bancos devem conseguir repetir bons
resultados neste ano, ainda apoiados na expansão do crédito".
Banespa e Votorantim
Dos maiores bancos que operam no Brasil, apenas o Banespa
não apresentou crescimento expressivo de seus lucros.
O conglomerado Santander Banespa encerrou 2005 com lucro líquido de R$ 1,744 bilhão (crescimento de 4,8% em relação a
2004). Se for considerado apenas
o Banespa, o lucro líquido foi de
R$ 1,643 bilhão (queda de 6,1%).
O banco Votorantim -que
aparece em décimo lugar no ranking dos maiores bancos feito pelo BC- registrou lucro líquido de
R$ 805,8 milhões em 2005. O resultado foi 8,77% superior ao obtido em 2004.
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