DA FOLHA ONLINE

O setor calçadista projeta um cenário sombrio para 2006 devido ao real valorizado. Pelas estimativas da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), 2006 deve terminar com 25 mil demissões e 85 milhões de pares a menos.
Já em 2005, a perda de competitividade nas exportações fez com que o setor calçadista brasileiro terminasse o ano com menos 20 mil postos de trabalho e 23 milhões de pares de calçados deixaram de ser exportados.
Só a indústria de calçados de Franca, principal pólo produtor de sapatos masculinos do país, informou ter terminado o ano com menos 4.500 empregos -queda de 22,87% sobre o ano anterior.
Segundo o presidente da Abicalçados, Elcio Jacometti, os dados de janeiro já mostram que o faturamento com as exportações caiu 7%. No mês passado, o setor calçadista nacional obteve US$ 141 milhões com as exportações, enquanto no ano anterior as divisas foram da ordem de US$ 151 milhões.
"Até dezembro, ainda registrávamos receita positiva, mas os empresários perderam o fôlego."

Queixas
Os representantes dos calçadistas se queixam da condução do governo diante da perda de competitividade do setor. "Estamos desapontados e frustrados com o governo."
Ele lembra que no fim do ano passado os calçadistas propuseram medidas emergenciais, entre elas a agilização da restituição dos créditos de PIS, Cofins e IPI ou a compensação desses créditos com as contribuições previdenciárias, a criação de uma nova linha de crédito ao setor coureiro calçadista e a restrição da entrada de calçados chineses.

Outro lado
O diretor da área industrial do BNDES, Armando Mariante, disse que o banco disponibiliza hoje ao menos quatro linhas de crédito para pequenas, grandes e médias empresas do setor calçadista. "Posso dizer que o BNDES tem hoje linhas abertas e que o setor calçadista está contemplado."


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