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Vale cria consórcio para disputar Belo Monte
Mineradora, que consome 4% da energia produzida no país, forma parceria com Andrade Gutierrez, Neoenergia e Votorantim
Usina, que deve ser licitada neste ano, será no Pará,
onde mineradora tem seus principais investimentos; leilão deve ter só 2 consórcios
DA SUCURSAL DO RIO
Interessada em assegurar
energia para ampliar suas operações no Norte, a Vale anunciou ontem a formação de um
consórcio com Andrade Gutierrez, Neoenergia e Votorantim para participar do leilão da
hidrelétrica de Belo Monte, que
deve ocorrer neste ano.
A usina ficará no Pará, mesmo Estado onde a Vale, que
consome 4% de toda a energia
produzida no país, tem seus
principais investimentos. Lá a
companhia opera a mina de ferro gigante de Carajás -que será
ampliada- e conta ainda com
projetos nas áreas de cobre e
níquel na região, a maior província mineral do mundo.
Em breve nota conjunta, a
Vale e as demais companhias
disseram que assinaram "memorando de entendimentos"
para a criação do consórcio.
"A Vale e suas parceiras se
comprometem a desenvolver
estudos para determinar a atratividade do empreendimento,
avaliar as condições de participação no processo e, após essas
etapas, formalizar instrumentos jurídicos definitivos que
permitam sua entrada conjunta no leilão", diz a nota.
Não foram divulgadas as participações de cada grupo no
consórcio, que ainda não foi
formalmente constituído.
Com essa definição, o leilão
de Belo Monte (PA) deve ter só
dois consórcios concorrentes: o
da Vale e outro liderado pelas
empreiteiras que foram rivais
na disputa por Jirau e Santo
Antônio, no rio Madeira -Camargo Corrêa e Odebrecht.
Nesse segundo grupo, há a
possibilidade de também entrarem a CPFL Energia, controlada atualmente pela Camargo Corrêa, e mais um autoprodutor de energia, que, assim
como a Vale, quer a geração
apenas para o seu próprio consumo. Nesse caso, existe a possibilidade de Braskem (Odebrecht e Petrobras) ou Gerdau
ingressarem no consórcio.
Nos bastidores, o governo
tenta convencer o grupo Suez
(responsável por Jirau) a liderar um terceiro consórcio para
ampliar a concorrência no leilão e obter um deságio maior na
tarifa da usina.
Via assessoria, a Vale informou que seu objetivo ao investir em energia é diminuir a disparidade dos preços do insumo
e, desse modo, ampliar a competitividade de seus produtos.
"Como grandes consumidores de energia, acreditamos que
investir em projetos de geração
de energia para atender às nossas operações será eficaz na
proteção contra a volatilidade
dos preços da energia, das incertezas regulatórias e dos riscos de escassez de eletricidade", disse a mineradora.
A Vale tem sete hidrelétricas
de médio porte em operação e
constrói, em parceria, a de Estreito (MA/TO).
(PEDRO SOARES)
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