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VAREJO
Em seis meses, a rede Cândia deve se associar a um grupo estrangeiro
Supermercados europeus vão investir mais no país
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
A participação de grupos europeus no mercado brasileiro de supermercados, avaliado em cerca
de US$ 50 bilhões anuais, vai se intensificar ao longo deste ano.
Os grupos portugueses Jerônimo
Martins, que, no ano passado, adquiriu 51% do capital da rede Sé, e
Sonae, que comprou a Companhia
Real de Distribuição, estão preparando planos para crescer no país,
assim como o holandês Royal
Ahold, que detém 50% do capital
do Bompreço desde 1996.
Agora, parece ser a vez do Cândia, rede de três lojas que pertence
à família Markakis, estar na mira
de grandes grupos da Europa.
O Cândia, que faturou US$ 480
milhões no ano passado, informa
que em seis meses deve acertar
uma associação com um grupo estrangeiro, que, segundo a empresa, ainda não opera no Brasil.
No momento, a rede mantém
contato com grupos da Holanda,
da Bélgica, de Portugal e da França, que já mostraram interesse em
ser parceiros da empresa no Brasil.
A idéia é fazer uma associação sem
perder o controle acionário.
em
Metas de expansão
Enquanto isso, os grupos europeus que já fincaram pé no país
traçam suas metas de expansão.
O Jerônimo Martins, proprietário da rede Pingo Doce, em Portugal, já tem 23 lojas em São Paulo
(antigas lojas do Sé) e pretende
abrir mais cinco neste ano.
O Sonae já prepara a sua expansão na região Sul do Brasil, com a
abertura de pelo menos duas novas lojas, das quais uma em Curitiba (PR), e a vinda para São Paulo.
O grupo, que tem duas redes,
BIG e Real, deve investir US$ 100
milhões no país neste ano. Na análise da sua diretoria, o varejo brasileiro passa por grandes mudanças, o que vai resultar na concentração do número de operadores
de forma muito rápida. "Queremos ser os principais "players' desse mercado", afirma Vlamir Ramos, diretor financeiro.
O Royal Ahold, sócio do Bompreço, quer continuar crescendo
na região Nordeste do país. O grupo reservou para 1997 e 1998 investimentos de US$ 170 milhões
em novas lojas e modernização.
Três já foram inauguradas. Quatro
serão abertas neste ano.
"A estratégia é fortalecer a liderança no Nordeste", afirma Jaime
Queiroz, diretor financeiro. A rede Bompreço tem 92 lojas espalhadas por Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará.
Para ele, o processo de associações e fusões no setor está cada vez
mais intenso porque "nesse setor
não dá para ser competitivo sem
ter grande escala de venda".
Uma das grandes investidas da
rede Bompreço foi a compra da rede Supermar em 96 por R$ 65 milhões. O faturamento do grupo, de
R$ 1, 24 bilhão em 96, saltou para
perto de R$ 2 bilhões em 97.
"A América Latina é um ponto
estratégico para esses grupos e outros que já estão quase prontos para disputar o mercado brasileiro",
diz o consultor Nelson Barrizzelli.
Para Omar Assaf, presidente da
Apas (Associação Paulista dos Supermercados), a estabilidade econômica é que está chamando a
atenção dos grupos estrangeiros.
Essa é uma das razões que levou
o grupo francês Carrefour a comprar 50% do capital da rede Eldorado. O Carrefour foi o primeiro
grupo estrangeiro de supermercados a entrar no Brasil, em 1975.
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