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POLÍTICA MONETÁRIA
Após seis meses, taxa básica da economia continua em 19%, mas redução pode ocorrer em abril
BC mantém juro, mas aponta baixa
da Sucursal de Brasília
O Banco Central manteve os juros básicos da economia em 19%
anuais, mas sinalizou que poderá
baixar a taxa pela primeira vez
desde 23 de setembro de 1999.
A indicação da tendência de
queda foi feita por meio do anúncio do chamado viés de baixa. Esse mecanismo autoriza o presidente do BC, Armínio Fraga, a reduzir a taxa, a seu exclusivo critério, sem esperar pela próxima
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária), que ocorre
em 18 e 19 de abril próximos.
O Copom é um colegiado formado por diretores e chefes de
departamento do BC, que se reuniu nos dois últimos dias para definir a trajetória de juros básicos
da economia.
A decisão está dentro das expectativas de mercado. Parte dos
analistas apostava na manutenção dos juros em 19% anuais, mas
parte deles achava possível a taxa
cair até 0,5 ponto percentual.
As explicações oficiais do Copom sobre a manutenção dos juros só devem ser conhecidas na
próxima semana, quando será divulgada a ata do encontro encerrado ontem. Os juros não caem há
seis reuniões.
O anúncio do viés de baixa significa que, para o BC, são menores os riscos de que a meta de inflação (de 4% a 6% para este ano)
não seja cumprida.
Desde o final de 1999 o BC vem
apontando três fatores de risco: a
alta das tarifas públicas, a expectativa de elevação de juros nos
países desenvolvidos e a pressão
sobre os preços do petróleo.
A meta de inflação é o principal
balizador da política de juros. Se
há fatores que ameacem esse objetivo, o Copom tem menos espaço para reduzir suas taxas.
A expectativa do BC é que as tarifas públicas tenham uma alta de
9,2% neste ano, percentual superior à meta de inflação.
O BC acompanha também a
acomodação do preço internacional do petróleo. O barril chegou a
superar US$ 30, mas ontem fechou em US$ 25,60, próximo aos
valores usados pelo BC em suas
projeções.
O Copom trabalha com possibilidade de os juros norte-americanos subirem um ponto percentual neste ano. Até agora, o banco
central dos Estados Unidos, o
Fed, já elevou os juros em 0,5 ponto percentual.
O BC define os juros básicos da
economia por meio do anúncio
de uma meta para a chamada taxa
Selic, que é a média dos negócios
de curtíssimo prazo com títulos
públicos federais.
Essa é considerada a taxa básica
porque tem influência sobre os
juros vigentes em toda a economia. Com base nela, os bancos
definem quanto vão pagar pelos
depósitos a prazo e fixam os juros cobrados em empréstimos.
Em março do ano passado, o
BC elevou os juros ao pico de
45% anuais para frear pressões
inflacionárias decorrentes da
desvalorização do real, ocorrida
dois meses antes.
Superados os receios iniciais, o
BC patrocinou reduções consecutivas da taxa. Somente em
abril do ano passado, os juros
caíram três vezes. Desde 22 de setembro de 2000 os juros estão estáveis em 19% anuais.
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