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"CUSTO BRASIL"
Pascal Lamy critica o sistema tributário nacional
UE diz que Brasil deve reduzir imposto sobre as exportações
ANDRÉ SOLIANI
da Sucursal de Brasília
O principal negociador da
União Européia, Pascal Lamy, durante passagem por Brasília, criticou ontem o sistema tributário
brasileiro.
"Um país que pretende ser um
grande exportador precisa eliminar os impostos sobre a exportação", afirmou o comissário para
assuntos comerciais da UE, quando perguntaram que tipos de problemas irritam a Europa no relacionamento com o Brasil.
Para o Itamaraty, Lamy estava
querendo dizer que antes de pedir
acesso aos mercados, por meio de
reduções de barreiras, o Brasil
precisa fazer a lição de casa e tornar seus produtos mais competitivos, eliminando impostos que
oneram as exportações.
Desde 1997, com a Lei Kandir, o
país busca desonerar as exportações. Essa lei permitiu que os produtos exportados fiquem isentos
do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Segundo o deputado Antonio
Kandir (PSDB-SP), atualmente o
maior problema enfrentado pelas
exportações são os tributos em
cascata, como a Cofins (Contribuição para Financiamento da
Seguridade Social) e a CPMF (imposto do cheque).
Um dos pontos defendidos na
reforma tributária, que se encontra parada no Congresso, é exatamente a eliminação dos tributos
em cascata para aumentar a competitividade dos produtos nacionais.
Para o Itamaraty, embora bastante cordial, Lamy não indicou
que a UE esteja disposta a fazer
concessões ao Brasil.
Lamy deixou claro que não pretende discutir a liberalização comercial do setor agrícola em negociações bilaterais com o Brasil
ou com o Mercosul. "Isso só pode
ser feito numa rodada", disse ele,
referindo-se a uma negociação no
âmbito da OMC (Organização
Mundial do Comércio).
O representante europeu, no
entanto, abriu a possibilidade para acordos para diminuir as barreiras de ordem técnica, como as
normas de higiene.
Ele e o ministro da Agricultura,
Marcus Vinicius Pratini de Moraes, anunciaram que devem ser
iniciadas negociações para o reconhecimento mútuo de certificados de qualidade.
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