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BRASIL-ARGENTINA
Ministro quer evitar guerra
Machinea teme pelo
futuro do Mercosul
VANESSA ADACHI
de Buenos Aires
O ministro da Economia argentino, José Luis Machinea, afirmou
ontem que Brasil e Argentina têm
de negociar para evitar que a crise
atual entre os dois países acabe
em uma guerra comercial dentro
do Mercosul. Segundo ele, é preciso fazer um "acordo político de
estímulo regional".
Industriais e políticos argentinos têm reclamado que empresas
estão deixando o país rumo ao
Brasil por conta de subsídios oferecidos por Estados brasileiros.
Embora se fale em um número
grande de empresas, não existem
registros precisos sobre isso. Muitos governadores de Províncias
argentinas têm reagido oferecendo benefícios para atrair indústrias também, num fenômeno
que já é chamado por alguns de
"guerra fiscal no Mercosul".
"Se a crise do Mercosul persiste,
pode ser desencadeada uma guerra entre Estados brasileiros e Províncias argentinas, para ver qual
fica com a maior quantidade de
empresas à custa de oferecer vantagens comparativas", afirmou o
ministro à emissora de rádio
"América".
"E, se isso ocorrer, o Mercosul
pode se converter em um lugar de
leilões, onde as empresas irão de
um país para outro para ver qual
oferece mais em termos de subsídios", completou Machinea.
Representantes dos dois países
iniciam hoje em Buenos Aires
uma rodada de negociações de
três dias. O primeiro tema será o
regime automotivo comum. Depois será discutida a agenda do
encontro de ministros do bloco,
marcado para 26 a 28 de abril, em
que se pretende "relançar" o Mercosul.
Ele propôs como solução que os
dois países escolham seis ou sete
setores de maior conflito comercial para integrar o que chamou
de "um período de adequação".
O ministro não detalhou o que
seria isso, mas em outras ocasiões
já deixou entrever que pretende
pedir mecanismos de compensação para os setores mais afetados
pela competição brasileira.
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