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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa fecha a semana com desvalorização de 7,33% e volta a apresentar perda, de 1,95%, em 2002
Bovespa volta a acumular queda no ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo
encerrou a semana com queda de
7,33%. Após um mês no azul, voltou a acumular queda, de 1,95%,
no ano. Apenas ontem, dia nervoso nos mercados, o Ibovespa caiu
2,95%, para 13.312 pontos, com
negócios de R$ 717,648 milhões.
Especulações em relação a uma
piora no desempenho de José Serra nas pesquisas eleitorais, o adiamento da votação do fim da
CPMF para a compra de ações e a
tensão na Argentina preocuparam os investidores. No mês, a
desvalorização da Bolsa está em
5,14%.
Março não repete o otimismo
do mês anterior para os negócios
com ações. Em fevereiro, o Ibovespa acumulou boa valorização,
de 10,31%, com forte entrada de
recursos de investidores estrangeiros, de R$ 450,451 milhões.
O bom desempenho foi atribuído ao cenário positivo para a economia brasileira. Uma recomendação favorável da agência de
avaliação de risco Moody's foi decisiva para o ânimo.
"A realização de lucros é natural", avalia Luis Neves, diretor de
investimentos do Dresdner Asset
Management. "Agora, além do
cenário positivo, o que interessa
para o mercado de ações é ver essa indicação de melhora na economia brasileira refletida nos resultados das empresas", afirma.
Segundo ele, esse pode ser o novo empurrão para a Bolsa. Ele
avalia que o atual patamar do
mercado, oscilando em torno dos
14 mil pontos, reflete adequadamente o atual valor das ações.
Realização de lucros
O Merrill Lynch informou ontem que faria uma operação de
aumento de caixa em sua exposição a países emergentes.
O banco informou que ampliaria seu caixa em títulos de papéis
de países emergentes de 2% para
5%. A operação foi feita por meio
da venda de títulos do Brasil e da
Rússia. Na prática, o que o Merrill
Lynch fez foi uma operação de
realização de lucros.
"A instituição constatou que o
preço dos papéis do Brasil e da
Rússia superava o projetado. Portanto avaliou que era um bom
momento para vender os títulos e
embolsar lucros", afirma Helio
Osaki, analista da Finambras.
Há 15 dias, o Merrill Lynch colocou os países emergentes no topo
de sua lista de investimentos. Ontem, o banco informou que mantém essa mesma avaliação.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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