São Paulo, sábado, 23 de março de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa fecha a semana com desvalorização de 7,33% e volta a apresentar perda, de 1,95%, em 2002

Bovespa volta a acumular queda no ano

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a semana com queda de 7,33%. Após um mês no azul, voltou a acumular queda, de 1,95%, no ano. Apenas ontem, dia nervoso nos mercados, o Ibovespa caiu 2,95%, para 13.312 pontos, com negócios de R$ 717,648 milhões.
Especulações em relação a uma piora no desempenho de José Serra nas pesquisas eleitorais, o adiamento da votação do fim da CPMF para a compra de ações e a tensão na Argentina preocuparam os investidores. No mês, a desvalorização da Bolsa está em 5,14%.
Março não repete o otimismo do mês anterior para os negócios com ações. Em fevereiro, o Ibovespa acumulou boa valorização, de 10,31%, com forte entrada de recursos de investidores estrangeiros, de R$ 450,451 milhões.
O bom desempenho foi atribuído ao cenário positivo para a economia brasileira. Uma recomendação favorável da agência de avaliação de risco Moody's foi decisiva para o ânimo.
"A realização de lucros é natural", avalia Luis Neves, diretor de investimentos do Dresdner Asset Management. "Agora, além do cenário positivo, o que interessa para o mercado de ações é ver essa indicação de melhora na economia brasileira refletida nos resultados das empresas", afirma.
Segundo ele, esse pode ser o novo empurrão para a Bolsa. Ele avalia que o atual patamar do mercado, oscilando em torno dos 14 mil pontos, reflete adequadamente o atual valor das ações.

Realização de lucros
O Merrill Lynch informou ontem que faria uma operação de aumento de caixa em sua exposição a países emergentes.
O banco informou que ampliaria seu caixa em títulos de papéis de países emergentes de 2% para 5%. A operação foi feita por meio da venda de títulos do Brasil e da Rússia. Na prática, o que o Merrill Lynch fez foi uma operação de realização de lucros.
"A instituição constatou que o preço dos papéis do Brasil e da Rússia superava o projetado. Portanto avaliou que era um bom momento para vender os títulos e embolsar lucros", afirma Helio Osaki, analista da Finambras.
Há 15 dias, o Merrill Lynch colocou os países emergentes no topo de sua lista de investimentos. Ontem, o banco informou que mantém essa mesma avaliação.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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