São Paulo, sábado, 23 de março de 2002

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PESQUISA IBGE

Indústria reduz ritmo de queda na produção

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que oito das 12 regiões analisadas tiveram queda na produção industrial em janeiro em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado, à primeira vista, parece negativo, diz o IBGE, mas é melhor do que o de dezembro. Naquele mês, houve queda na produção de 11 áreas. Apenas uma se expandiu.
Nove das 12 áreas, segundo o IBGE, melhoraram o ritmo de produção em janeiro -ou reduziram a queda ou aumentaram a taxa de crescimento. A produção de quatro Estados cresceu em janeiro: Espírito Santo (6,4%), Rio de Janeiro (3,9%), Bahia (4,4%) e Rio Grande do Sul (1,1%).
No caso do Rio, o aumento ocorreu por causa do crescimento da extração de petróleo e gás, que vem batendo sucessivos recordes. A atividade subiu 11,4%.
Na Bahia, foi a indústria química (incluindo o refino de derivados de petróleo) a responsável pelo crescimento: a produção do ramo aumentou 13,1% em janeiro.
Espírito Santo e Rio Grande do Sul foram beneficiados pelas exportações. No primeiro, o ramo de papel e celulose (32,5%) e as placas de aço (alvo de restrição comercial pelos EUA e que puxou a alta de 3% da metalurgia) fizeram a produção crescer.
No Rio Grande do Sul, a produção de aves abatidas, voltada para a exportação, justifica o aumento do setor de alimentos (9,7%).
Em São Paulo, houve queda de 1,7% -menor do que a registrada em dezembro (-7,2%) ante igual mês de 2001. O movimento de diminuição do ritmo de queda no Estado foi repetido na média nacional: em dezembro, como já havia divulgado o IBGE, a produção teve retração de 6,7%, contra queda de 1,3% em janeiro.
Melhorou o nível de produção em São Paulo dos setores de material elétrico e de comunicação, material de transporte (que inclui as montadoras), química e vestuário e calçados.
Mariana Rebouças, economista do Departamento de Indústria do IBGE, afirmou que a produção ainda registrou redução em oito regiões, pois a base de comparação (janeiro de 2001) é muito elevada. À época, diz, a atividade do setor estava entre as maiores da história. O IBGE não pesquisa a taxa que desconsidera as influências sazonais por região. O indicador, na média nacional, havia mostrado uma recuperação na atividade industrial.



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