CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES poderá tornar-se sócio de um fundo destinado a encomendar navios em estaleiros nacionais e arrendá-los a companhias de navegação. O projeto, idealizado pelo presidente do banco, Carlos Lessa, pode incluir garantias do Tesouro Nacional.
Lessa avalia que a falta de contratações decorre, principalmente, da incapacidade dos empresários para oferecer as garantias exigidas na compra dos navios.
Como o navio de transporte intercontinental tem custo elevado, a empresa armadora (operadora da embarcação), geralmente, não tem patrimônio suficiente para arcar com as garantias exigidas pelo FMM (Fundo de Marinha Mercante), gerido pelo BNDES.
O FMM tem hoje em caixa mais de R$ 1 bilhão. Lessa calcula que será necessário dobrar os recursos para levar adiante o projeto.
Sem navios próprios, o transporte das exportações e importações brasileiras fica a cargo de empresas internacionais, o que faz o país ter um déficit anual de cerca de US$ 6 bilhões na sua conta de fretes, de acordo com Lessa.
A proposta para a falta de fiança por parte dos armadores é transformá-los em simples arrendatários dos navios. As embarcações seriam encomendadas aos estaleiros pelo fundo, que, além do BNDES, teria participação do Ministério dos Transportes, ao qual está subordinado o FMM.
Lessa disse que o projeto poderia contar também com alguma forma de aval do Tesouro, como já ocorre nas encomendas à Embraer. Afirmou planejar formar um grupo de trabalho para iniciar as negociações ainda neste ano.


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