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CAIS PARADO
Paralisação no porto de Paranaguá chega ao quinto dia, mas protesto perde adesão do sindicato dos estivadores
Greve no Paraná continua, mas perde força
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PARANAGUÁ
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A paralisação no porto de Paranaguá (PR) entra hoje no quinto
dia sem perspectiva de fim do
protesto de operadores e sindicatos de trabalhadores do terminal,
deflagrado na sexta-feira.
Ontem, porém, o protesto perdeu a adesão do sindicato dos estivadores, o maior grupo de trabalhadores do porto -cerca de
2.500 empregados avulsos. Depois de assinar um manifesto em
que pediam a destituição do superintendente -que acusam de falta de diálogo e de ser responsável
por entraves na movimentação
do porto-, a direção do sindicato foi pressionada a voltar atrás,
em assembléia pela manhã.
O recuo dos estivadores se deu
antes de uma carreata que interrompeu o centro de Paranaguá,
no final da manhã. Liderada pelos
operadores e agentes marítimos,
a manifestação ganhou a adesão
de parte do comércio, que fechou
as portas e colocou faixas pretas
nas fachadas.
No início da noite, o superintendente do porto, Eduardo Requião, se uniu a um grupo de cerca de cem caminhoneiros que
pressionavam pela retomada da
atividade no terminal. A destituição do superintendente -que é
irmão do governador Roberto
Requião (PMDB)- é a principal
reivindicação dos sindicatos.
O governador disse que não
atenderá ao pedido.
Cerca de 5.000 caminhoneiros,
segundo a Polícia Rodoviária Federal -a Defesa Civil diz que havia 2.672 caminhões até a manhã
de ontem-, esperam no acostamento da BR-277, entre Curitiba e
Paranaguá, para descarregar soja,
milho e farelo. Alguns estão na fila
há oito dias.
Em razão da suspensão do carregamento de navios, desde a última sexta-feira, 2.800 vagões carregados com soja e farelo não entraram no porto, segundo a empresa América Latina Logística,
que explora a concessão ferroviária no Sul do país.
No final da tarde, a superintendência do porto anunciava nas rádios de Paranaguá a convocação
de todos os trabalhadores para retomar as atividades hoje, sob
ameaça de dispensa e substituição
por outras pessoas.
A assessoria do porto informou
no final da tarde que o terminal
tem funcionários treinados para
assumir todas as funções.
Prejuízos
O governador Roberto Requião
afirmou, pela manhã, que não tira
o irmão da administração do porto e que a paralisação não causa
prejuízo ao terminal. Segundo ele,
o prejuízo é dos exportadores donos das cargas e dos caminhoneiros que esperam na fila do desembarque. "Eles apostaram no caos,
mas se deram mal", afirmou, referindo-se aos operadores. Requião
diz que o movimento tem como
alvo a privatização do porto.
O governo distribuiu arroz, feijão e charque para o almoço de
ontem dos caminhoneiros. À tarde, a Defesa Civil distribuiu pão
com mortadela.
Por ordem do governo, a Delegacia de Paranaguá abriu inquérito para responsabilizar criminalmente os líderes da paralisação.
Diretores do sindicato dos operadores foram intimados a comparecer hoje à delegacia, para prestar esclarecimentos.
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