São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Cresce risco em Belo Monte, diz Alstom

Marco Costa, vice-presidente da divisão de energia da Alstom Brasil, disse ontem que o risco de um fracasso do leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), passou a "ser importante" depois da publicação do edital.
Candidata a fornecedora de turbinas, a Alstom ouviu dos consórcios ao menos dois problemas: o custo da transmissão da energia já está incluído no preço-teto definido para o leilão de R$ 83, o que reduz ainda mais o valor da tarifa por megawatt-hora; além disso, a modelagem mantém o chamado risco do submercado, aquele em que a empresa contratante da energia fica responsável por pagar a diferença de preço, caso o custo da energia no submercado Norte seja maior do que a do submercado do Sudeste.
Como a maior parte dos grandes consumidores está nessa região, empresários consideram que é um risco elevado adquirir essa energia.
"O governo fechou a porta para o mercado livre; era o consumidor que poderia ajudar a dar o equilíbrio entre a tarifa para o mercado cativo [formado pelas distribuidoras] e o mercado dos grandes consumidores, como ocorreu nas usinas do rio Madeira", explica Costa.
Em Belo Monte, o governo reservou 10% da energia para o mercado livre, mas a associação emitiu comunicado na sexta-feira em que afirma ser, no atual formato, impossível contratar a energia de Belo Monte. Isso quebra uma parte da equação para viabilizar a participação privada.
A avaliação, disse Costa, é a de que o edital não assegura nem a investidores nem a fornecedores o retorno mínimo exigido. Choradeira? Costa assegura que não. E acrescenta que, nos bastidores, interessados no projeto ainda tentam um recuo do governo, com a publicação de aditivos, a fim de flexibilizar condições do edital.

MULHERES À OBRA

Juan Quirós, presidente do Grupo Advento, testou. Colocou lado a lado azulejos assentados por mulheres e por homens. Sem saber quem tinha feito o trabalho, diretores foram unânimes em apontar o serviço elaborado por mãos femininas como o de melhor qualidade. "Elas são mais caprichosas e têm mais foco no trabalho", diz o empresário, que quer mais mulheres nas obras. Mesmo assim, é grande a resistência nas construtoras à mudança. "Nunca encontravam boas candidatas. Tive de selecionar pessoalmente alguém para o departamento de compras", lembra. No escritório central, o contingente feminino já chega a um quarto dos funcionários. Nos canteiros, porém, são apenas 25, número que começa a crescer, com a oferta de treinamento para as novatas.

AVENTURA EM CAIXAS

A Smartbox está em negociação com grandes redes do país para expandir a atuação no varejo. A empresa, que oferece serviços como presentes em caixas, atua em 65 pontos de venda, de supermercados a livrarias, e planeja fechar o ano em 400 pontos. "Cerca de 70% da receita da Smartbox no mundo inteiro vem do varejo. No Brasil, ainda é de 60%", diz João Vianna, diretor-presidente no Brasil. A companhia tem oito opções de caixas, divididas por temas, com mais de 60 alternativas em cada uma. O presenteado com a "Aventura", que custa R$ 65, pode escolher atividades que vão de rapel a corrida de kart. Na caixa "Extrema", o catálogo tem opções radicais, tipo motocross e balonismo, por R$ 379. "O diferencial é entrar em um supermercado ou uma livraria e comprar um salto de paraquedas", diz Vianna.

PEQUENOS
O MPE Brasil, Prêmio de Competitividade às Micro e Pequenas Empresas, promovido pelo Movimento Brasil Competitivo, que tem Jorge Gerdau como presidente-fundador, revela hoje as nove melhores empresas nos seus segmentos. Das companhias candidatas ao prêmio, 83% são definidas como microempresas. Estão representadas empresas de diversos setores: indústria, comércio, agronegócio, turismo, tecnologia, saúde e educação, entre outros.

SUNTUOSO
O livro "O Universo do Luxo - Marketing e Estratégia para o Mercado de Bens e Serviços de Luxo" (editora Manole), de Silvio Passarelli, será lançado hoje na Faap, em São Paulo. A publicação aborda as perspectivas para o mercado brasileiro de bens e serviços de luxo e faz uma análise do comportamento do consumidor, além de destacar o crescimento do segmento no Brasil.

DIÁRIA
Ted Teng, presidente mundial da Leading Hotels of the World, desembarca hoje no Brasil, pela primeira vez. O presidente da associação diz que o Brasil poderia ter mais hotéis de luxo. Hoje, o país só tem sete hotéis membros da Leading Hotels, sendo três em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, um em Salvador e outro no Guarujá. O escritório brasileiro da entidade registrou aumento de 11% em faturamento no ano passado, segundo Teng.

NO CARTÃO
Cresce o uso de cartões em segmentos antes pouco explorados. Os credenciamentos de estabelecimentos dos setores de distribuição, educação, saúde e seguros cresceram, respectivamente, 58%, 52%, 66% e 90% em 2009, ante 2008, segundo a Redecard. Somados, os segmentos cresceram 45% em média no número de estabelecimentos credenciados.

AMBIENTAL
Fernando Moreira, presidente da HSBC Seguros, acaba de ser indicado co-presidente do grupo de seguros para a América Latina do programa de políticas ambientais das Nações Unidas. A entidade reúne cerca de 200 instituições financeiras no mundo, que voluntariamente discutem práticas socioambientais relacionadas ao setor.


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e AGNALDO BRITO


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