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Deficit habitacional caiu 8%, diz governo
Ministério anuncia que carência recuou para 5,8 milhões de domicílios em 2008, mas que cresceu número de moradias inadequadas
Especialistas dizem que melhora da renda reduz impacto do aluguel para as famílias e aumenta chance de comprar um imóvel
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério das Cidades
anunciou ontem, no 5º Fórum
Urbano Mundial, que acontece
no Rio nesta semana, que de
2007 para 2008 o deficit habitacional no Brasil foi reduzido
de 6,3 milhões para 5,8 milhões
de domicílios -queda de 8%.
No entanto, houve piora no
indicador que mede o total de
moradias com infraestrutura
inadequada, que aumentou em
500 mil, chegando a 11 milhões
de unidades, ou 22% dos domicílios urbanos.
A moradia é considerada inadequada quando há problema
de acesso a pelo menos um dos
seguintes serviços básicos: iluminação elétrica, abastecimento de água com canalização interna, rede geral de esgoto ou
fossa séptica e coleta de lixo.
A secretária nacional de habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, disse que
o governo analisa o que levou
ao avanço de moradias com infraestrutura inadequada.
Uma das hipóteses é que tenha havido um crescimento no
número de domicílios -daí a
redução do deficit-, mas que
eles podem estar em áreas com
infraestrutura inadequada.
Basta não atender a um dos critérios de adequação para ser
considerado inadequado.
Os cálculos foram feitos a
partir de dados do IBGE pela
Fundação João Pinheiro, vinculada ao governo de Minas
Gerais. Os itens que mais contribuem para o deficit são o
ônus excessivo com aluguel
(40,4%) e famílias vivendo no
mesmo domicílio (39,6%).
Em 2007, houve mudança na
metodologia de cálculo desse
último indicador, após críticas
de vários especialistas de que
os dados usados pelo ministério superestimavam o deficit
por incluir toda família que
coabitava numa residência com
outra no cálculo do deficit.
Para o IBGE, por exemplo, se
um casal abriga filhos e netos
na mesma casa, considera-se
que são duas famílias num
mesmo domicílio. No entanto,
em muitos casos, essa coabitação pode acontecer por opção, e
não por necessidade.
Por isso, a partir da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios de 2007, foi incluída
uma pergunta específica sobre
a vontade de famílias coabitando de viverem juntas ou não. A
mudança metodológica resultou na queda do deficit em 1 milhão de residências. Pelos critérios antigos para 2007, seriam
7,3 milhões. Pelos novos, 6,3
para aquele ano.
Usando a metodologia antiga, o país já havia registrado
queda de 2006 para 2007. A razão mais comum apontada por
especialistas foi a melhoria da
renda, especialmente nas classes de menor nível socioeconômico, o que tem impacto direto
na redução do gasto com aluguel ou na possibilidade de
compra de um imóvel.
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