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São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Alta das Bolsas americanas estimula mercado paulista, que fecha em discreta elevação de 0,46%

Inflação mais alta quase derruba Bovespa

DA REPORTAGEM LOCAL

A notícia de que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) medido pela Fipe passou de 0,81% para 0,84% na segunda quadrissemana de abril fez o pessimismo prevalecer em boa parte do pregão de ontem da Bovespa, que chegou a cair 1,21%. Durante a tarde, a forte alta das Bolsas norte-americanas fez o índice se recuperar e fechar em alta de 0,46%.
O principal motivo para o mau humor do mercado acionário com as notícias de que a inflação não está em queda deve-se à perspectiva para a taxa de juros. Como o mecanismo utilizado pelo governo para conter os preços é a alta da Selic (taxa básica de juros), o aumento dos índices inflacionários faz com que a diminuição dos juros seja menos provável.
Hoje o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) termina a sua reunião mensal de abril e, segundo analistas, é consenso no mercado de que a Selic deverá permanecer em 26,5% ao ano. Para eles, a única dúvida é se o BC irá retirar o atual viés de alta, que permite um aumento da taxa sem que seja convocada uma reunião extraordinária.
Para os analistas, o atual patamar dos juros atrapalha duplamente o desempenho das ações na Bovespa. Primeiro porque os investidores preferem manter seus recursos em aplicações de renda fixa, que acompanham a Selic, do que se expor aos riscos do mercado acionário. Segundo porque os juros em alta podem atrapalhar o resultado das empresas e, consequentemente, fazer o preço das ações cair.
As maiores quedas ontem ficaram com as empresas do setor de energia elétrica. A ação ordinária da Light caiu 4,3%, a PN da Eletropaulo se desvalorizou em 3,9% e a ON da Cemig fechou com queda de 3,1%.
A possibilidade de que o governo de São Paulo ajude a Cesp a resolver uma parte do seu problema de endividamento fez com que o papel PN da empresa subisse 8%, a maior alta do dia.

Juros
Na véspera da reunião do Copom os contratos de juros negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) não apresentaram tendência definida. Os com vencimento em maio subiram 0,11%, enquanto os contratos para janeiro de 2004, os mais negociados ontem, caíram 0,72%. (GEORGIA CARAPETKOV)


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