São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2004

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Bird defende política econômica de Lula e aponta cobrança prematura

DE WASHINGTON

O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, defendeu ontem a política econômica brasileira e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está realizando a "mais importante tentativa no mundo de levar a eqüidade social a um país".
Wolfensohn fez a afirmação ao ser questionado se o presidente Lula, após um ano e três meses de governo, não estaria traindo seus compromissos de campanha.
"Às vezes parece até que estou na folha de pagamento de Lula. Não estou. Lula está tentando unir todos os segmentos do país, os pobres e o mais ricos, em um novo objetivo: eqüidade social e colocar comida na mesa, o que é quase um revolução", disse Wolfensohn em Washington.
"Isso não se faz em um ano e três meses. Temos que olhar para a consistência do que Lula e sua equipe econômica estão fazendo. Eles estão dando os passos corretos", disse.

Crescimento
Anteontem, o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou que o Brasil deve crescer apenas 3,5% neste ano e repetir o mesmo desempenho em 2005.
Segundo o relatório "Perspectivas para a Economia Mundial 2004", o resultado ficará abaixo da média mundial, de 4,6% neste ano e de 4,4% em 2005, e da dos países do Mercosul, de 4% e 3,7%, respectivamente. A África também terá um crescimento maior que o Brasil (4,2% e 5,4%), segundo o estudo.
Wolfensohn afirmou que esteve reunido recentemente com o ministro Antonio Palocci (Fazenda) e que disse ao brasileiro que as "pressões sociais" contra o governo do PT continuarão crescentes.
"Mas acredito que o que eles [o governo brasileiro] estão fazendo é responsável e acabará tendo resultados", afirmou.
Para Wolfensohn, a classe empresarial latino-americana "entende que há uma mudança de tom na região, particularmente no Brasil". (FCz)


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