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A LUZ DO APAGÃO
Até profissional liberal procura aparelho, e equipamento de segunda mão é disputado
Geradores somem
e multiplicam os lucros das locadoras
JOSÉLIA AGUIAR
DA REPORTAGEM LOCAL
Da varanda de casa, o empresário Oliveiros Zeituni Jr. usa a
represa Billings (zona sul de SP)
como termômetro da crise energética. "Isso vai durar muito
tempo. Nem consigo mais ver a
água, como no passado."
Para Zeituni, dono da locadora de geradores portáteis Presto
Center, a bonança veio antes da
tempestade. Há 30 anos no mercado de geradores, ele nunca viu
os negócios explodirem como
neste mês. "Não deu para ficar
rico porque ninguém previa isso, ninguém teve essa luz." Zeituni diz que, se soubesse, teria
comprado mais geradores para
equipar sua pequena empresa.
A maioria dos empresários do
setor viu seu faturamento mais
que dobrar desde que surgiu a
ameaça dos apagões. Empresas
que alugavam metade dos geradores mantidos no galpão não
têm hoje mais nenhum disponível pelos próximos seis meses,
tempo mínimo de contrato.
O segmento acostumado à calmaria de poucas encomendas
semanais e de clientes de perfil
definido passou a receber pedidos de orçamento até de profissionais liberais em pânico.
"Recebíamos dois, três telefonemas por dia. E agora atendemos a mais de 90 telefonemas",
conta Joel Freitas, gerente-geral
da Prosangás, que vende geradores no Rio de Janeiro.
A procura foi tanta que começou a faltar produto -que, em
geral, vem de fora. Com isso, o
prazo para a entrega dobrou.
Empresas em busca de geradores passaram até a disputar aparelhos de segunda mão que precisavam de reparos, conta Edson Bouer, diretor da holding
Eccelera, responsável pela área
de negócios da MaisAtivo, que
intermedeia a compra de equipamentos usados.
Empresas de maior porte também estão com estoques esgotados. Wilson Poit, da locadora
Poit, diz que não tem mais equipamentos para alugar. Os 160
geradores de sua empresa foram
alugados, quase a metade nas últimas semanas.
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