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Governo usará "atalho"
para derrubar ações
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal vai utilizar a
medida provisória que criou "atalhos" na tramitação de processos
contra a União para enfrentar a
guerra de liminares que deve ser
provocada pelo racionamento.
Reeditada com esses "atalhos"
em 2000 e aplicada na privatização do Banespa, a MP tornou
mais rápida a chegada de ações
contra a União às mãos dos presidentes dos tribunais superiores
-STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de
Justiça)-, apesar dos amplos poderes de cassação de liminares
que eles já tinham.
Se houver batalha judicial, duas
pessoas darão a palavra final sobre a suspensão de liminares: o
futuro presidente do STF, Marco
Aurélio de Mello, quando houver
argumento ligado à Constituição,
e o do STJ, Paulo Costa Leite.
O ministro-chefe da Casa Civil,
Pedro Parente, e o advogado-geral da União, Gilmar Mendes, deverão conversar hoje com Costa
Leite, às 12h, e com Carlos Velloso, presidente do STF, às 11h.
Parente e Mendes vão explicar o
plano de racionamento, em especial as sobretaxas e o corte de luz
para quem não cumprir sua meta
de consumo.
Marco Aurélio tomará posse no
dia 31 em substituição a Velloso.
Um dos atalhos criados pela MP
consiste na possibilidade de o Supremo ou o STJ cassar a liminar
quando o processo ainda estiver
tramitando na segunda instância.
Marco Aurélio declarou recentemente que, pela jurisprudência
dos tribunais, a sobretaxa do consumo de energia será considerada
confisco. Em seguida, disse que
essa afirmação não representava
prejulgamento.
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