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MERCADO FINANCEIRO
Saída de Goldfajn do BC não influencia negócios; moeda dos EUA recua 0,67% e Bovespa tem alta de 0,52%
Dólar cai e Bolsa sobe pelo 2º dia seguido
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Banco Central,
anunciada anteontem, de manter
a taxa básica de juros da economia em 26,5% ao ano manteve o
mercado no positivo pelo segundo dia consecutivo. A saída do diretor de Política Econômica do
BC, Ilan Goldfajn, já era esperada
e praticamente não afetou as negociações.
O dólar caiu 0,67% e fechou cotado a R$ 2,983. O risco-país caiu
3,02%, para os 802 pontos.
O Ibovespa fechou em alta de
0,52%, aos 13.100 pontos.
Entretanto, apesar do otimismo
dos últimos dias, o resultado acumulado na semana de todos os indicadores ainda é negativo.
Segundo operadores, a decisão
do BC ajudou a dissipar eventuais
dúvidas quanto à independência
da autoridade monetária. Dessa
forma, o resultado dos últimos
dias reflete a correção dos "exageros" do início da semana.
Alguns analistas dizem, no entanto, que os rumores em torno
dos juros nos últimos dias "engessaram" a ação da instituição, e um
corte nos juros neste momento
poderia causar "estrago" no mercado. Para eles, a decisão foi cautelosa e ajuda a manter o otimismo mesmo com os resultados internacionais desfavoráveis.
"A decisão do BC mostrou conservadorismo e que toda a pressão política não teve efeito", diz
Marco Franklin, sócio-diretor da
ARX Capital Management.
A troca de Ilan Goldfajn por
Afonso Bevilaqua na Diretoria de
Política Econômica do BC e a indicação de Eduardo Henrique de
Mello Motta Loyo para a Diretoria de Estudos Especiais -que estava vaga- foram bem recebidas
pelos investidores.
"A saída de Ilan já estava programada e mais que negociada.
Os novos diretores são pessoas
bem preparadas e com linhas bastante ortodoxas", disse Franklin.
Juros
A decisão de não reduzir a Selic
afetou também as taxas dos contratos DI (que consideram os juros entre os bancos) de prazo
mais longo. Na BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros), os contratos com vencimento em janeiro de 2004 caíram 0,92% e passaram de 23,91% para 23,69% ao
ano. Para os analistas, a queda
traduz a crença dos investidores
de que o BC deverá baixar os juros
de forma mais acentuada que o
esperado no segundo semestre
deste ano.
(GEORGIA CARAPETKOV)
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