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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Saída de Goldfajn do BC não influencia negócios; moeda dos EUA recua 0,67% e Bovespa tem alta de 0,52%

Dólar cai e Bolsa sobe pelo 2º dia seguido

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Banco Central, anunciada anteontem, de manter a taxa básica de juros da economia em 26,5% ao ano manteve o mercado no positivo pelo segundo dia consecutivo. A saída do diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, já era esperada e praticamente não afetou as negociações.
O dólar caiu 0,67% e fechou cotado a R$ 2,983. O risco-país caiu 3,02%, para os 802 pontos.
O Ibovespa fechou em alta de 0,52%, aos 13.100 pontos.
Entretanto, apesar do otimismo dos últimos dias, o resultado acumulado na semana de todos os indicadores ainda é negativo.
Segundo operadores, a decisão do BC ajudou a dissipar eventuais dúvidas quanto à independência da autoridade monetária. Dessa forma, o resultado dos últimos dias reflete a correção dos "exageros" do início da semana.
Alguns analistas dizem, no entanto, que os rumores em torno dos juros nos últimos dias "engessaram" a ação da instituição, e um corte nos juros neste momento poderia causar "estrago" no mercado. Para eles, a decisão foi cautelosa e ajuda a manter o otimismo mesmo com os resultados internacionais desfavoráveis.
"A decisão do BC mostrou conservadorismo e que toda a pressão política não teve efeito", diz Marco Franklin, sócio-diretor da ARX Capital Management.
A troca de Ilan Goldfajn por Afonso Bevilaqua na Diretoria de Política Econômica do BC e a indicação de Eduardo Henrique de Mello Motta Loyo para a Diretoria de Estudos Especiais -que estava vaga- foram bem recebidas pelos investidores.
"A saída de Ilan já estava programada e mais que negociada. Os novos diretores são pessoas bem preparadas e com linhas bastante ortodoxas", disse Franklin.

Juros
A decisão de não reduzir a Selic afetou também as taxas dos contratos DI (que consideram os juros entre os bancos) de prazo mais longo. Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos com vencimento em janeiro de 2004 caíram 0,92% e passaram de 23,91% para 23,69% ao ano. Para os analistas, a queda traduz a crença dos investidores de que o BC deverá baixar os juros de forma mais acentuada que o esperado no segundo semestre deste ano. (GEORGIA CARAPETKOV)


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