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H-Bio só vai ser viável se for feito à base de soja
Para o Cepea, oleaginosa é único grão cuja produção pode suprir demanda
Petrobras pretende iniciar produção do combustível em escala comercial a partir do próximo ano, com 10% de óleo vegetal no produto
Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
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Operadora de planta piloto da unidade de pesquisas da Petrobras manipula um frasco com H-Bio |
DA SUCURSAL DO RIO
O H-Biodiesel, novo combustível da Petrobras derivado de
óleo vegetal e petróleo, só será
viável em escala nacional se feito a partir da soja, avalia Leandro Ponchio, especialista do
Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada/Esalq.
É que os demais grãos não
produzem volumes suficientes
de óleo para suportar a quantidade necessária para a produção do novo diesel, produzido
inicialmente com 10% de óleo
vegetal e 90% de petróleo.
A única opção viável à soja,
diz Ponchio, é o óleo de caroço
de algodão, mas sua oferta só é
suficiente para atender a Nordeste e Centro-Oeste. O Brasil
produz 300 mil m3 de óleo de
algodão ao ano.
A Petrobras começará a produzir o H-Bio em escala comercial a partir do ano que vem.
Além de volume, a soja oferece os melhores preços do que
os demais óleos vegetais. Estudo do Cepea feito para analisar
a viabilidade comercial do biodiesel convencional mostra
que o custo de produção seria
de R$ 1,25 no caso de óleo de
soja fosse a matéria-prima utilizada em São Paulo. Com óleo
de amendoim, o preço ficaria
em R$ 1,60 no Estado.
A diferença entre o biodiesel
convencional e o H-Bio está no
processo de produção. O primeiro é produzido exclusivamente a partir de óleo vegetal
em unidades próprias para sua
fabricação -na semana passada, a Petrobras inaugurou duas
no Rio Grande do Norte. Depois de pronto, o biodiesel 100
(100% de origem vegetal) é adicionado ao diesel derivado de
petróleo pelas distribuidoras.
Já o H-Bio é produzido a partir de uma mistura de petróleo
e óleo vegetal que é refinada
num processo único, resultando em apenas um produto final
(o H-Bio) que já sai pronto da
refinarias e com as mesmas características do diesel derivado
de petróleo.
O produto é também alternativa de suprimento, diz o
economista Hélder Queiroz, do
Grupo de Economia da Energia
da UFRJ. Está, segundo ele, em
linha com a tendência mundial
de ter mais de um combustível
para uma mesma aplicação. "O
H-Bio vai na mesma direção de
aumentar o processo de diversificação da matriz energética",
diz.
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