São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Analistas estrangeiros vêem risco de BB pagar caro pela Nossa Caixa

Os analistas de bancos estrangeiros avaliam que a incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil será um passo estratégico importante para o banco federal, mas apontam alguns riscos. O maior deles é o de o BB pagar caro demais.
Os bancos estrangeiros trabalharam normalmente ontem, e, por isso, foram feitos os relatórios comentando a notícia da incorporação da Nossa Caixa pelo BB.
O banco de investimento Morgan Stanley, por exemplo, espera que a conclusão da operação demore no mínimo seis meses porque o processo de "due dilligence" -durante o qual será feita uma avaliação pormenorizada da Nossa Caixa- deverá ser longo.
Mas a instituição vê muitas vantagens para o BB na aquisição, como o crescimento da sua rede de agências e as sinergias operacionais, que resultarão em redução de custos.
O Morgan Stanley, no entanto, vê o risco de o BB pagar caro demais pela Nossa Caixa, em parte devido à sua inexperiência em fusões e aquisições.
"As ações da Nossa Caixa são negociadas no mercado, atualmente, a um preço próximo do seu valor patrimonial e não gostaríamos de ver o BB desembolsar mais do que 15% a 20% de prêmio sobre o valor patrimonial."
Por isso, o Morgan Stanley prevê que o mercado reagirá negativamente à notícia, movimento que só será revertido quando as condições concretas do negócio forem conhecidas.
Já o Deutsche Bank afirma que a incorporação é positiva para o Banco do Brasil, mas negativa para o Bradesco, o Itaú e o Unibanco, já que a competição bancária deve aumentar, principalmente em São Paulo.
O banco alemão afirma que o fracasso recente da privatização da Cesp pode ter acelerado o processo de negociação.
"Os fatores políticos devem impedir que a transação seja concluída a médio prazo. Como o Banco do Brasil tem 65% de participação do governo federal, do PT, e a Nossa Caixa tem 71% do governo estadual, do PSDB, nós acreditamos que o fracasso recente da privatização da Cesp pode acelerar a negociação", diz o banco alemão.
O Deutsche Bank afirma também que a Nossa Caixa é um alvo atraente para uma instituição pública federal, mas não necessariamente para os bancos privados, já que a quantidade de depósitos judiciais- cerca de R$ 16 bilhões- no banco paulista é muito grande.
Para o UBS Pactual, a incorporação da Nossa Caixa é um passo importante para a estratégia de crescimento do BB por meio de aquisições. O UBS prevê, porém, que o anúncio do BB poderá motivar uma reação dos bancos privados, interessados na realização de um leilão.
A instituição diz que, como a Nossa Caixa está atrás de outros bancos em termos de eficiência, a integração com o banco federal será desafiadora.
O Citigroup lamentou que o anúncio tenha sido feito no início da noite, em uma véspera de feriado, e que o mercado tenha que esperar até a próxima semana para ter mais informações sobre o negócio.

PLANO DE AÇÃO
O presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, irá se reunir hoje, em São Paulo, com os administradores do banco da região para explicar a estratégia da instituição ao iniciar as negociações para incorporar a Nossa Caixa. Lima Neto vai dizer que o banco pretende reforçar suas operações em São Paulo, com a incorporação da Nossa Caixa, para atingir a liderança no Estado. Hoje, o Santander/ABN Amro, o Bradesco e o Itaú estão à frente do Banco do Brasil em São Paulo. Outra ênfase será no mercado imobiliário. Para Lima Neto, o BB ficou muito tempo sem poder crescer por não ter participado dos processos de privatização dos bancos.

ENTRADA LIVRE
O banco Carrefour Soluções Financeiras fez parceria com o Masp para oferecer 5.000 ingressos, 2.000 deles para funcionários do grupo e 3.000 para clientes. O investimento foi de R$ 200 mil. A empresa também vai oferecer visitas monitoradas e cursos de história da arte aos seus funcionários. Renata Moura, diretora de assuntos corporativos do grupo, diz que a meta é estimular os trabalhadores a desenvolverem capacidades como a criatividade.

FUNDO
Na segunda, a Caixa Econômica Federal lança o fundo de investimento Caixa FI Multimercado Capital Protegido. A opção é dirigida para investidores qualificados que buscam oportunidade de ganho em ações, mas sem correr risco excessivo. O cliente pode aderir até 17 de junho. O valor mínimo para aplicar é de R$ 10 mil e resgate após 14 meses.

DIÁRIO
Cerca de 72% dos internautas já obtiveram, por meio de blogs, informações que ajudaram a formar a sua opinião sobre uma marca, produto ou serviço, segundo pesquisa do instituto Qualibest. O estudo também mostra que 12% das pessoas ouvidas acreditam totalmente e 86% acreditam parcialmente nas informações que lêem em um diário virtual.

DE CINEMA
A primeira campanha da DM9DDB para a C&A estréia na quarta. Os comerciais para o Dia dos Namorados terão Daniella Sarahyba. A direção de fotografia foi feita por Andrzej Sekula (de "Pulp Fiction" e "Cães de Aluguel"), a direção é de Heitor Dhalia ("O Cheiro do Ralo"), e a produção executiva, de Fernando Meirelles. A produção é da O2 filmes.

MOTOR
O Golf Fireblade, carro estilizado pela B52, será exposto no shopping Ibirapuera, em São Paulo, até domingo. A execução do projeto de modificação do veículo levou mais de dois anos. O carro está avaliado em R$ 170 mil e as rodas, que possuem cristais Swarovski colocados à mão, valem R$ 25 mil. Emerson Fittipaldi é o novo patrocinador do carro.


com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e DENYSE GODOY


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