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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Alta do real afeta exportação de manufaturados, diz AEB
O governo tem mesmo razões de sobra para se mostrar
preocupado com a valorização
do real. O grande motivo de
preocupação, como o próprio
ministro da Fazenda, Guido
Mantega, afirmou ontem, é o
reflexo dessa valorização do
câmbio sobre as exportações.
Segundo José Augusto de
Castro, vice-presidente da AEB
(Associação de Comércio Exterior do Brasil), a grande prejudicada com essa alta do real é a
exportação de manufaturados,
que já vinham em queda por
conta da crise econômica internacional.
A China será o maior beneficiário dessa valorização do
câmbio com o aumento das exportações, principalmente para
os países da América do Sul.
"Cada vez que o Brasil deixa
de exportar manufaturados, a
China agradece", diz Castro.
A queda das exportações brasileiras de manufaturados neste ano impressiona. Em abril,
pela primeira vez, desde 1978, a
exportação mensal de produtos
básicos (commodities) superou
a de manufaturados. Os básicos
responderam por 45,4% do total exportado no mês e os manufaturados por 40,9%.
Em abril do ano passado, a
exportação de manufaturados
correspondia a 51,8% do total
no mês, e a de básicos, a 32,8%.
De janeiro a abril, a exportação
acumulada de produtos básicos
saltou de 30,4% para 39,6% do
total, e a de manufaturados
caiu de 52,8% para 45%.
José Augusto de Castro afirma que o grande problema é
que o setor de manufaturados
gera muito mais empregos do
que o de produtos básicos, o
que potencializa a preocupação
do governo com a valorização
do câmbio.
"No fundo, estamos exportando emprego", diz Castro.
De acordo com o vice-presidente da AEB, a valorização do
real prejudica muito a rentabilidade e a competitividade das
empresas exportadoras de manufaturados pode comprometer as previsões otimistas que
iam se formando para o superávit comercial neste ano, depois
da recuperação do preço das
commodities.
Segundo José Augusto de
Castro, se essa tendência no
câmbio não se reverter, dificilmente o superávit vai atingir a
marca de US$ 30 bilhões como
se chegou a prever. Até porque
as importações devem começar
a aumentar. Por isso, ele afirma
que o governo deveria começar
a agir.
A principal medida, na opinião do vice-presidente da
AEB, é a redução dos juros para
conter a entrada de dinheiro de
fora. Ele também acha que o
governo deveria começar a
pensar em uma quarentena para o investimento externo.
ARTICULADA
A AECI (Associação das
Empresas de Comércio Internacional) está se articulando para encaminhar uma
proposta de mudança na legislação que regula o setor ao
governo paulista. A próxima
reunião sobre o tema será na
terça-feira, no escritório
Bastos-Tigre.
REFORÇO
Christiano Chagas, Eduardo Telles e Felipe Kim são os
novos sócios do escritório
Tauil & Chequer Advogados,
associado à empresa internacional de advocacia
Thompson & Knight.
ORGÂNICO
O mercado mundial de orgânicos movimenta cerca de
US$ 24 bilhões, com crescimento anual de até 20% nos
países desenvolvidos. O Rio
de Janeiro é o segundo
maior mercado consumidor
de orgânicos do Brasil. Os
dados serão abordados pelo
Projeto OrganicsNet, da Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio Orgânico, dia 30.
BOLO
A indústria de cosméticos
Vita Derm vai investir R$ 7
milhões em campanhas de
marketing em 2009, quando
completa 25 anos.
PERFUME
Fabiane De Biaggio Rouillé acaba de assumir a marca de
produtos de luxo Kenzo no Brasil e diz que tem um plano de
crescimento agressivo no país. "Vamos reavaliar nosso posicionamento de distribuição, vamos pulverizar. Há lugares
inexplorados no Brasil como Nordeste, Centro-Oeste e alguns pontos no Sul." Segundo Rouillé, os mercados de Brasília e Belo Horizonte estão no foco. A executiva afirma que
no mercado de luxo a crise afetou o varejo, mas não foi suficiente para alterar profundamente o consumo. "Alguns varejistas fizeram adequação de estoque e revisão nos planos
de investimento, mas o consumidor continuou procurando
os produtos de luxo."
AVANTE
Mesmo com a crise, o crédito continua em expansão
na Caixa Econômica Federal. Em abril, o crédito para
pessoa física cresceu 42%
em relação ao mesmo mês
do ano passado, alcançando
R$ 16,9 bilhões. Para pessoa
jurídica, a expansão foi de
quase 98,9% e, para habitação, de 46,7%.
AQUECIMENTO
Mais de 60% das empresas
acharam que o FMI superestimou a gravidade da crise,
segundo pesquisa feita pelo
BCG (Boston Consulting
Group) em março com 439
empresas com vendas de
mais de US$ 1 bilhão em sete
das principais economias do
mundo.
NO TOPO
Segundo a BCG, as empresas líderes de mercado têm
registrado aumento de receita e rentabilidade. As que
não fazem parte dos três primeiros lugares foram fortemente afetadas.
DESEMBARQUE
Sébastien Méric, vice-presidente mundial de Casa e
Cuidado Pessoal da Rhodia,
chega em São Paulo na terça-feira para participar da FCE
Cosmetique.
SIMULADO
A nova versão do Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio) impulsionou a demanda por simulados. Gabriel
Mário Rodrigues, reitor da universidade Anhembi Morumbi, que tinha expectativa de receber 16 mil inscrições para o simulado que vai realizar hoje e amanhã,
registrou mais de 30 mil cadastrados. No ano passado
só 8 mil estudantes participaram.
DESFECHO
A exclusão do Concórdia
Banco das negociações que
Levaram à constituição da
BRF já provoca a saída de
Boa parte dos profissionais
De primeira linha contratados,
Principalmente no último ano,
para fazer da instituição um grande negócio do
grupo Sadia. Na Marginal Pinheiros,
sede do banco, em
São Paulo, já se fala que o último a sair
Será o responsável por apagar a luz.
JAZIDA
O geólogo baiano João
Carlos Cavalcanti vai viajar
para Inglaterra, Índia e África do Sula manhã para negociar o distrito ferrífero(
conjunto de jazidas)
recentemente descoberto no sul do
Piauí. Até o momento, já está
confirmada a existência de
800 milhões de toneladas do
Produto no local. A estimativa para toda a
área, no entanto,
ultrapassa 5 bilhões de toneladas.
NAWEB
A Claro ampliou em 32% o
uso do e-learning no treinamento dos
seus funcionários
nos últimos quatro meses.
No período, a empresa criou
58 cursos via web na área de
negócios. Com a ferramenta,
a Claro reduz em até 46% os
gastos com treinamento.
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