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TELES
Agência ainda fará estudo do impacto do negócio entre MCI e Telmex, que deve servir de base para decisão do Cade
Anatel aprova venda da Embratel para grupo mexicano
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) aprovou ontem a venda da Embratel para o
grupo mexicano Telmex, do empresário Carlos Slim. A Embratel
foi vendida pela sua controladora
norte-americana, MCI, em abril,
por US$ 400 milhões.
O presidente da agência reguladora, Pedro Jaime Ziller, disse que
a venda foi aprovada porque não
fere a Lei Geral de Telecomunicações. Agora, a Anatel fará um estudo chamado "ato de concentração", no qual analisará os impactos da venda no mercado.
Esse estudo deverá ficar pronto
em dois meses e irá instruir o processo no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica),
órgão que terá a palavra final sobre a venda. Ou seja, mesmo com
a aprovação prévia da Anatel, o
Cade pode vetar o negócio no futuro ou impor restrições. Os termos da aprovação prévia foram
enviados ontem para o Cade.
A Embratel foi alvo de disputa
entre a Telmex e um consórcio
formado pelas concessionárias de
telefonia fixa local no Brasil: Telefônica, Telemar e Brasil Telecom.
Ontem o governo terminou de
acertar com a Telmex os termos
da "golden share" (ação especial
com direito a voto e veto em determinados assuntos, definidos
em acordo de acionistas) na Star
One, operadora de satélite da Embratel. Agora, o acordo precisa ser
aprovado pelos acionistas da Telmex para entrar em vigor.
Pelo acordo, o governo brasileiro ganhou um assento no conselho da administração da Star One,
direito de preferência caso a Embratel decida vender a operadora
de satélites e monopólio no uso da
"banda X" -faixa de freqüência
usada para transmissão de informações militares sigilosas consideradas estratégicas pelo governo. Essa faixa não poderá ser oferecida a nenhum outro país.
A maior parte dos itens negociados na "golden share" trata da
operação da "banda X". A operação e a manutenção dos equipamentos, por exemplo, serão
acompanhadas por funcionários
do Ministério da Defesa. Toda a
contratação de pessoal para operar equipamentos relativos à
"banda X" também passará pelo
poder de veto do governo.
O governo também poderá vetar atos da Star One que afetem a
qualidade ou a continuidade dos
serviços prestados na "banda X".
O local atual de onde é feito o controle dos satélites também não
poderá ser alterado.
Além de ter a preferência no caso de a Embratel querer vender a
Star One, o governo terá poder de
veto para a transferência do controle acionário da empresa -se
não quiser comprar a empresa, o
governo pode definir para quem
ela será vendida.
O governo também garantiu
poder de veto em relação à modificações nas atuais condições do
contrato entre a Star One e as Forças Armadas para uso da "banda
X". Ontem, o ministro Eunício
Oliveira se reuniu por cerca de
três horas com Carlos Henrique
Moreira, presidente da Embratel e
da Claro (operadora de celular),
para falar da "golden share".
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