São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Indústria do plástico pede ao governo mais incentivos

Representantes da indústria do plástico vão se reunir amanhã com o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) para apresentar reivindicações do segmento. O setor de plásticos transformados, por exemplo, já registra déficit comercial há mais de dez anos- no ano passado, as importações superaram as exportações em mais de US$ 600 milhões.
As associações Abief (de embalagens plásticas flexíveis), a Abrafilme (de filmes flexíveis), a Abraflex (de embalagens laminadas) e a Afipol (dos produtores de fibras poliolefínicas) se reuniram em torno da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) para apresentar reivindicações do setor.
Merheg Cachum, presidente da Abiplas, diz que é fundamental que toda a cadeia ganhe competitividade, do setor petroquímico até o segmento de plásticos transformados.
O segmento deve ser um dos beneficiados com a nova política industrial. Em maio, quando a iniciativa foi lançada, representantes da indústria se reuniram com o ministro e prometeram encaminhar estudo detalhado sobre as necessidades do setor. O levantamento, coordenado pela Fipe e pela Unicamp, será concluído em dois meses.
Cachum afirma que conversará com Miguel Jorge sobre a necessidade de linhas de financiamento para estimular a inovação nas fábricas e a modernização do parque industrial. "Não tem como ter máquinas antigas e continuar competitivo", diz Cachum. "Precisamos ter igualdade de equipamento e a mesma facilidade para obter financiamentos a baixo custo que concorrentes no exterior."
Outras reivindicações são a redução da carga tributária e o incentivo às exportações. "Temos uma parceria com a Apex, mas queremos aprofundar os incentivos, principalmente para ajudar as pequenas empresas a venderem lá fora", diz Merheg Cachum.
O presidente da Abiplast afirma também que a valorização do real em relação ao dólar e o aumento de juros promovido pelo Banco Central prejudicaram a indústria do plástico.
"O governo está elevando juros e, com isso, entra uma enxurrada de dólares no país. Eles estão criando um problema para o mercado interno", afirma o representante da indústria.

NO TOPO
A CPM Braxis, que presta serviços de terceirização de TI, está entre as 50 melhores empresas do mundo na modalidade, segundo edição 2008 do "Black Book of Outsourcing". A CPM Braxis ocupa o 24º lugar entre mais de 4.000 fornecedores analisados. É a única brasileira na lista e a primeira da América Latina. A empresa nasceu em março de 2007, com a fusão da CPM e da Braxis, e é a maior empresa de TI no país. O estudo também aponta o Brasil como segundo mercado preferido para expansões como alternativa à Índia, atrás dos EUA. "Pela primeira vez, o Brasil se coloca no mapa. Há três anos, o país não estava nem na lista das dez alternativas mais consideradas", diz Jair Ribeiro, presidente da CPM Braxis.

INFLAÇÃO: BANCO PREVÊ IPCA DE 6,3% E MAIOR ALTA DOS PREÇOS ADMINISTRADOS
A expectativa do Credit Suisse é que o IPCA fique em 6,3% em 2008 e em 5% em 2009. O banco prevê alta de preços de serviços e pressão inflacionária dos preços administrados -com projeção de avanço de 1,5% em maio-, especialmente de energia elétrica, transporte público e combustíveis. A estimativa de inflação dos administrados é de 3,5% em 2008 e de 5,5% em 2009. O banco afirma que há maior risco de o Copom elevar a previsão de inflação de administrados.

FAVAS CONTADAS
A inflação apertou, mas o percentual de famílias com orçamento equilibrado ou superavitário na região metropolitana do Rio de Janeiro passou de 75,7%, em maio de 2007, para 80,3% no mês passado, mostra a pesquisa de orçamento doméstico da Fecomércio-RJ. É a maior parcela desde maio de 2001. Também cresce a poupança entre os fluminenses. Em maio de 2007, 32,1% diziam ter dinheiro guardado, contra 32,7% em 2008.

PANO PARA MANGA
A Brinquedos Estrela faz uma parceria com a grife Thorrè, de Daniela Torres Bahia e Fabiana Torres. Com a iniciativa, a boneca Susi será vendida com roupas da marca. A versão do brinquedo terá edição limitada, com 300 peças. Dez destas Susis vão usar acessórios da marca S. Pinheiro, da designer Natasha Pinheiro.

CARTILHA DE INVESTIDOR
O colégio Pio 12, em SP, estimula jovens investidores. Na disciplina "Educação Financeira" -criada com ajuda do professor Paulo Sandroni, da FGV, que adaptou para o ensino médio um software usado na graduação-, os alunos aprendem a investir na Bolsa. Carolina Pádua, do terceiro ano, há mais de um ano investe na Bolsa. Ela aplicou R$ 50 e os converteu em R$ 1.000. Carolina diz que usou o que aprendeu nas simulações para fazer o próprio investimento. O Pio 12 também participa do Desafio Bovespa, concurso organizado pela Bolsa em que alunos de 35 escolas competem em simulação de compra e venda de ações.

RESSEGUROS
O advogado Ilan Goldberg lança, em julho, o livro "Do Monopólio à Livre Concorrência: A Criação do Mercado Ressegurador Brasileiro" (Ed. Lúmen Júris, 183 págs.). O livro, que aborda o mercado de resseguros, fala das expectativas que rondam o meio com a quebra do monopólio do IRB. Goldberg analisa novas possibilidades de regulação do mercado.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


Próximo Texto: Teixeira admite contrato de até US$ 5 mi com VarigLog
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.