São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2008

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VarigLog acusa Gol de tentar quebra da empresa

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A briga envolvendo a VarigLog não se limitou ao fundo americano Matlin Patterson e aos sócios brasileiros da empresa. Em documento datado de 28 de abril deste ano, enviado ao juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Cível de São Paulo, o escritório do advogado Roberto Teixeira, o Teixeira Martins, acusa a Gol de trabalhar para a falência da VarigLog visando beneficiar a Gollog, sua empresa de cargas.
Afirma ainda que há "sérios indícios de crime contra a economia e a concorrência" em atos da Gol relacionados à Va rigLog e que essas informações serão levadas ao conhecimento das autoridades competentes "muito em breve".
A Gol nega as acusações. Um dos argumentos do escritório no texto é um pedido da GTI (empresa criada pela Gol para comprar a Varig), na Justiça, do pagamento de R$ 8,16 milhões que a VarigLog deveria à companhia. O valor se refere a uma diferença de cálculo do pagamento de debêntures a credores da Varig -a Gol assumiu a emissão de debêntures quando comprou a companhia da Va rigLog, em março de 2007.
Como a GTI entrou com execução na Justiça exigindo o pagamento, em um momento de dificuldades financeiras da VarigLog, o Teixeira Martins alega no documento que a intenção seria a de sabotar a empresa de cargas, sua concorrente.
Outro indício da tentativa de sabotagem seria o desligamento, pela GTI, dos sistemas de água, luz e telefone de áreas aeroportuárias da VarigLog no aeroporto de Congonhas, em 18 de abril. Na ocasião, a VarigLog chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.
"O representante [da Varig Log] se dirigiu à administração da VRG e em contato com o sr. Basílio, engenheiro de segurança predial, tomou conhecimento de que havia uma determinação de corte nos serviços citados. Ato contíguo, se dirigiu ao sr. Edes, funcionário da Gol, tendo o mesmo confirmado a ordem para interromper o fornecimento de água e energia elétrica, ordem esta dada pelo sr. Cyro Lavarello, diretor de operações de carga da companhia Gol", diz o boletim.
Em um dos tópicos do documento enviado ao juiz Magano, a VarigLog fala sobre "a real intenção da agravada [a GTI]". "Cumpre à agravante [a Varig Log] esclarecer a esse tribunal que o grupo Gol, controlado pela agravada, está em aberta campanha objetivando a falência da agravante, sua concorrente direta no transporte aéreo de carga brasileiro."
O texto classifica o desligamento da luz, água e energia das áreas usadas pela VarigLog como "uma última investida".
Procurada pela Folha, a Gol afirmou, em nota, que executa dívida contra a Varig e que "as acusações mencionadas são desprovidas de qualquer fundamento e serão, devida e oportunamente, descaracterizadas no juízo competente".


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