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Marfrig afirma que vai recusar gado de áreas desmatadas
Ação deve se concentrar em MT, onde programa prevê a regularização de 144 mil propriedades
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O grupo Marfrig, um dos
maiores exportadores de carne
do país, anunciou ontem que
não vai mais adquirir e abater
bois oriundos de áreas de novos
desmatamentos na Amazônia.
O anúncio foi feito em Cuiabá, em reunião de diretores da
empresa com o governador de
Mato Grosso, Blairo Maggi
(PR). Segundo nota do Marfrig,
o objetivo é a busca de "uma solução de desenvolvimento sustentável para a pecuária".
O Marfrig diz que já segue as
determinações de não comprar
gado de fazendas embargadas
pelo Ibama na região ou que estejam na lista "suja" da exploração do trabalho escravo.
"A empresa compromete-se
a trabalhar em parceria com os
governos estaduais e em especial com o do Estado de Mato
Grosso no Programa MT Legal
e com a sociedade brasileira no
desenvolvimento de um Programa de Garantia de Origem
dos Animais", diz a nota.
No dia 11, Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart anunciaram
suspensão da compra de carne
de 11 frigoríficos apontados como compradores de gado de
áreas de desmate na Amazônia.
O Marfrig tem duas unidades
de abate bovino em Mato Grosso, com capacidade total de
quase 4.000 cabeças por dia.
"O Marfrig excluirá de sua
lista de fornecedores a totalidade das fazendas pertencentes a
proprietários que tiverem uma
única fazenda embargada e até
que sua situação se encontre
regular", afirma a nota.
O MT Legal prevê a regularização ambiental de 144 mil
propriedades rurais.
"A entrada do produtor no
MT Legal significará que, a partir desse momento, ele cumpre
com todas as normas ambientais e, portanto, poderá comercializar normalmente sua produção", disse Maggi.
O governador afirmou que a
adoção da medida pela empresa era discutida há seis meses.
Em nota, a Associação dos
Criadores de Mato Grosso disse
apoiar "toda e qualquer ação de
combate ao desmatamento ilegal", mas defendeu a "identificação" dos responsáveis para
evitar "injustiças". "Não vamos
aceitar que o produtor que
cumpre a lei ambiental seja discriminado", disse o presidente
da associação, Mário Candia.
A assessoria do grupo JBS-Friboi disse que a empresa já
adota critérios semelhantes
"há muito tempo". O grupo
Margen, segundo sua assessoria, não tem unidades de abate
na região amazônica.
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