|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Reajustes passam a acompanhar a inflação
Vera Gonçalves - 28.mar.07/Folha Imagem
|
Edifício na zona oeste de São Paulo, em região mais valorizada |
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de períodos de reajustes bem acima e abaixo da
inflação, nos primeiros anos do
Plano Real, os aluguéis passaram a acompanhar a evolução
dos preços da economia como
um todo nesta década.
De 1995 a 1997, os preços dos
aluguéis dispararam e subiram
sistematicamente acima da inflação -em 1995, a alta chegou
a 94,73%. De 1998 a 2000, no
entanto, houve deflação.
Segundo Eulina Nunes dos
Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, os sucessivos planos econômicos
que lançaram mão do controle
de preços represaram os aluguéis. Com o Real, os valores foram corrigidos, trazendo ainda
uma inflação passada mais alta.
A partir de 1998, a oferta
cresceu com a estabilidade de
preços que trouxe confiança a
proprietários que preferiram
antes manter seus imóveis fechados, o que resultou na queda dos preços até 2000.
De acordo com Santos, os
preços voltaram a subir a partir
de 2000, mas não na mesma intensidade, porque os condomínios tiveram uma forte alta, o
que obrigou os proprietários a
abrirem mão dos reajustes previstos em contrato para não ficarem com os imóveis vazios.
"O que passou a valer foi a negociação direta", afirma. Em
2006, a cota do condomínio subiu 7,02%. Neste ano, já acumula alta de 2,44%.
Já os preços dos aluguéis, no
acumulado do primeiro semestre deste ano, subiram 1,82%,
contra 2,08% do IPCA. Em
2006, os preços tiveram alta de
3,16% e emparelharam com a
inflação (3,14%).
Localização
Os preços dos aluguéis ainda
sofrem forte influência da localização, da oferta de imóveis e
do nível de atividade da economia, dizem especialistas do setor de locação.
"O aluguel segue rigorosamente a regra de mercado. Se a
economia está indo bem, o aluguel vai bem também", afirma
Manuel Maia, vice-presidente
do Secovi-RJ (sindicato das
empresas de habitação).
A disparidade de preços também é enorme. Um apartamento de quatro quartos é alugado,
em média, por R$ 3.700 nos
bairros nobres de Ipanema e
Leblon (na zona sul do Rio).
Um similar do mesmo tamanho em Madureira (zona norte
do Rio) sai por R$ 650, de acordo com o Secovi.
Os baixos preços em Recife
estão relacionados a uma sobreoferta de alguns tipos de
imóveis, especialmente os mais
velhos, segundo o presidente
do Secovi-PE, Luciano Novaes.
Na região, um apartamento de
três quartos novo é alugado por
cerca de R$ 700.
Novaes acredita que em todo
o país a situação de excesso de
oferta tende a se ampliar. "É
que, com a queda dos juros, voltou a ser um bom negócio investir em imóveis para a locação", afirma.
Mesmo com o aluguel correspondendo, em média, a apenas
0,5% do valor total do imóvel,
torna-se vantajoso investir
num cenário de juros em queda, avalia Novaes.
A Folha procurou o Secovi-SP para comparar valores de
locação na cidade. A assessoria
da entidade não forneceu, porém, os preços médios dos aluguéis. Segundo Novaes, dados
de um "pool" de administradoras do qual faz parte indica que
um imóvel de dois quartos em
São Paulo é alugado por cerca
de R$ 900.
(PS)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Entidade nega disparada de preços em SP Índice
|