DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas que se aventuraram lá fora, impelidas pela concorrência e as limitações do mercado interno, contabilizam ganhos que não aparecem na linha de lucro em seus balanços.
"Do ponto de vista administrativo e gerencial, as empresas aprendem a viver em outras culturas. Isso traz vantagens para a atividade-mãe", diz Edson Vaz Musa, dono da Caloi.
"A internacionalização, em todos os casos, ajudou a melhorar a operação interna", diz Álvaro Cyrino, professor da Fundação Dom Cabral, com base em pesquisas junto às empresas.
Para atender às exigências de clientes mais sofisticados, elas tiveram de desenvolver tecnologia, incorporar conhecimentos, melhorar a gestão e reduzir custos de produção. Sua empresa, por exemplo, teve de investir em tecnologia para pintura com verniz (clear coat), que não se usava no país, para exportar quadros de bicicletas para a Europa.

Sucesso internacional
O exemplo mais acabado de sucesso internacional é o da Embraer. As vendas externas são responsáveis por 95,5% de suas receitas e a empresa detém 40% do mercado mundial de aeronaves de 30 e 120 lugares. A atuação internacional, que não é uma opção de empresas do setor, na prática é intrínseca ao mercado de aviação.
De 1995 até junho deste ano, a Embraer contribuiu com um saldo líquido de US$ 5,9 bilhões para a balança comercial brasileira. As exportações neste período totalizaram US$ 15,5 bilhões. Além da fábrica que possui na China, desde o ano passado, a Embraer está instalando uma unidade de montagem em Jacksonville, EUA, para produzir aeronaves para o programa de defesa americano.
Agora, a empresa busca desenvolver novos mercados e estabelecer bases na Comunidade Européia. Neste sentido, está negociando a compra de uma participação na OGMA (Indústria Aeronáutica de Portugal). Na semana passada, ela entregou uma proposta de aquisição, em parceria com a European Aeronautic Defense and Space Company. (SB)


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