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Mantega diz que país atingirá déficit nominal zero até 2010
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Brasil caminha para alcançar até 2010 o déficit nominal
zero, ou seja, atingir as receitas
necessárias para cumprir todas
as despesas públicas, inclusive
os gastos com juros, disse ontem o ministro da Fazenda,
Guido Mantega.
Ele citou os superávits fiscais
sucessivos há nove anos e a demonstração de saúde da economia brasileira, construída com
"austeridade" e "rigor", que
tem motivado a confiança de
agentes financeiros internacionais, como os bancos americanos National City Corp, Goldman Sachs e Merrill Lynch, que
têm mantido a recomendação
de investimentos no Brasil.
Para o ministro, um ajuste
fiscal de emergência é desnecessário na atual conjuntura.
"Não precisamos elevar juros
para atrair investimentos externos. Não temos que passar
atestado de boa conduta, pois
as contas externas estão saudáveis, os investimentos crescem
e não há descompasso entre
produção e consumo."
Para Mantega, uma eventual
desaceleração da economia
mundial poderia gerar, no Brasil, a redução de preços de exportação de algumas commodities e diminuição do superávit
comercial. "Porém, como temos gordura, significaria apenas um superávit menor."
Tal cenário, segundo o ministro, poderia afetar a valorização
do real, o que estimularia a exportação de produtos manufaturados, atendendo à aspiração
de vários setores produtivos.
Além disso, o fato de o mercado interno encontrar-se em
franca expansão permitiria às
empresas que mais exportam a
alternativa de direcionar seus
produtos para a demanda interna, como muitas já fazem.
Sobre o lançamento da candidatura do tcheco Josef Tosovsky ao cargo de diretor-geral do FMI (Fundo Monetário
Internacional) pela Rússia,
concorrendo com o ex-ministro socialista francês Dominique Strauss-Kahn, candidato
do bloco europeu, Mantega disse ver a disputa com bons
olhos. "O Brasil não apóia nenhuma candidatura. Está aberto a ouvir as propostas de cada
um, mas acho a disputa salutar
para a representatividade do
FMI."
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