São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

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Mantega diz que país atingirá déficit nominal zero até 2010


DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Brasil caminha para alcançar até 2010 o déficit nominal zero, ou seja, atingir as receitas necessárias para cumprir todas as despesas públicas, inclusive os gastos com juros, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Ele citou os superávits fiscais sucessivos há nove anos e a demonstração de saúde da economia brasileira, construída com "austeridade" e "rigor", que tem motivado a confiança de agentes financeiros internacionais, como os bancos americanos National City Corp, Goldman Sachs e Merrill Lynch, que têm mantido a recomendação de investimentos no Brasil.
Para o ministro, um ajuste fiscal de emergência é desnecessário na atual conjuntura. "Não precisamos elevar juros para atrair investimentos externos. Não temos que passar atestado de boa conduta, pois as contas externas estão saudáveis, os investimentos crescem e não há descompasso entre produção e consumo."
Para Mantega, uma eventual desaceleração da economia mundial poderia gerar, no Brasil, a redução de preços de exportação de algumas commodities e diminuição do superávit comercial. "Porém, como temos gordura, significaria apenas um superávit menor."
Tal cenário, segundo o ministro, poderia afetar a valorização do real, o que estimularia a exportação de produtos manufaturados, atendendo à aspiração de vários setores produtivos.
Além disso, o fato de o mercado interno encontrar-se em franca expansão permitiria às empresas que mais exportam a alternativa de direcionar seus produtos para a demanda interna, como muitas já fazem.
Sobre o lançamento da candidatura do tcheco Josef Tosovsky ao cargo de diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) pela Rússia, concorrendo com o ex-ministro socialista francês Dominique Strauss-Kahn, candidato do bloco europeu, Mantega disse ver a disputa com bons olhos. "O Brasil não apóia nenhuma candidatura. Está aberto a ouvir as propostas de cada um, mas acho a disputa salutar para a representatividade do FMI."

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