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Governo quer leiloar áreas para pesquisas minerais
Comissão de ministério prepara sugestões para mudar Código de Mineração
Proposta se inspira na experiência de licitações para concessões nas áreas de energia elétrica e de exploração do petróleo
GITÂNIO FORTES
ENVIADO ESPECIAL A NOVA LIMA (MG)
O governo federal prepara
proposta de realizar leilões públicos na licitação de áreas de
pesquisa para extração mineral. A medida integra projeto de
lei que deve ser encaminhado
no próximo mês para avaliação
do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e enviado ao
Congresso ainda neste ano.
O projeto é o mesmo que
transforma o DNPM (Departamento Nacional de Produção
Mineral) em agência reguladora e que deve fixar um novo patamar de royalties para a produção mineral no país.
As licitações podem ser feitas
por três critérios, disse João
César de Freitas Pinheiro, diretor-geral adjunto do DNPM:
por substância -o país conta
com cerca de 350 minérios-,
por interesse de cadeias produtivas -há cerca de 40, segundo
o ministério- ou por distrito
mineiro -região de produção.
Nos leilões, os projetos concorrentes serão avaliados por
quatro fatores: geológico, tecnológico, econômico e de retorno social, enumerou Pinheiro.
Comissão no Ministério de Minas e Energia começou a trabalhar no assunto há um mês e
meio. Além do DNPM, participam representantes da CPRM
(Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais) e da Secretaria de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral, que
coordena os trabalhos.
O Código de Mineração, em
vigor desde 1967, deve ter modificados pouco mais de 20 dos
seus 90 artigos. O governo pretende usar mais rigor no acompanhamento de áreas reservadas para pesquisa mineral.
"Hoje, há levantamentos se
estendendo por até oito, nove
anos. É possível reduzir esse
prazo", afirma Pinheiro. No
ano passado, o DNPM colocou
1.200 áreas de pesquisa mineral em disponibilidade, somando aproximadamente 1,2 milhão de hectares -crescimento
de 20% em relação à média
anual do primeiro mandato do
governo Lula.
Atualmente, é comum que
empresas com a concessão para
esse levantamento apresentem
as primeiras informações ao
ministério apenas ao fim de
três anos.
A intenção é que tenham de
entregar um relatório por ano.
Se o governo avaliar que o trabalho não caminha satisfatoriamente, vai anular o alvará e
oferecer a área a outros interessados, via leilão.
Fim do "latifúndio"
"Isso pode acabar com o "latifúndio improdutivo" da mineração brasileira", diz Fernando
Coura, presidente do Sindiextra (Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais). "Há empresas "sentadas"
em áreas que poderiam estar
em produção", afirma.
João César Pinheiro, do
DNPM, considera o momento
-que classifica de "boom mineral"- oportuno para mudanças. Atualmente, quando o concessionário de uma área não faz
a pesquisa ou a realiza de forma
insatisfatória, o DNPM anula o
alvará e publica a decisão no
"Diário Oficial" da União. O
procedimento dá margem a
muitos recursos jurídicos, e isso emperra o avanço no uso
dessas áreas, afirma.
Pinheiro qualifica como "desafio muito grande" o acompanhamento das pesquisas minerais nos Estados da Amazônia.
Em regiões mais tradicionais
na extração, como Minas Gerais, a própria iniciativa privada
fiscaliza os empreendimentos
que estejam paralisados, diz.
O jornalista GITÂNIO FORTES viajou a convite
da organização da Equipo Mining 2008
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