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Nas finanças pessoais, opostos se atraem
Quem gasta mais do que planeja tende a buscar parceiro que economiza mais do que gostaria, e vice-versa, diz pesquisa
Impulso, contudo, não é considerado positivo para relações duradouras, já que atritos entre o casal tendem a ficar mais frequentes
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Um estudo de pesquisadores
da Wharton School e da Northwestern University descobriu
que a velha máxima de que os
opostos se atraem é válida no
campo das finanças pessoais.
Segundo o estudo, quem não
gosta da maneira como lida
com o dinheiro procura no outro a qualidade que não tem. Na
prática, os perdulários que sonham em gastar menos buscam
um parceiro mais disposto a
economizar, e vice-versa.
A regra só é válida para quem
almeja ter um comportamento
diferente, diz Deborah Small,
uma das autoras da pesquisa
"Fatal (Fiscal) Attraction".
"Há pessoas que poupam
muito dinheiro e se sentem felizes assim. Para elas, essa regra
não conta. O que verificamos é
que pessoas que gastam mais
do que pretendem e se sentem
mal em relação a isso tendem a
se casar com quem poupa mais
do que gostaria. Elas procuram
o outro extremo", disse.
A seleção do parceiro com
base nessa busca no equilíbrio
financeiro, ainda que muitas
vezes de forma inconsciente,
não costuma ser uma boa receita para as relações duradouras.
O lugar comum encontrou respaldo na pesquisa: o dinheiro
realmente tem poder de dividir
os casais. Um dos fatores é que
as pessoas tendem a manter o
seu comportamento em relação às próprias finanças.
"Em muitos aspectos, somos
mais felizes quando nos casamos com pessoas de visão semelhante a nossa. Quando você
casa com seu oposto, experimenta mais conflito em relação
ao dinheiro, e isso leva a uma
menor satisfação", disse.
Em tempos de crise, ela afirma que as discussões ocorrem
independentemente do perfil
do casal. "Na recessão, os casais
discutem mais sobre dinheiro,
seja qual for a atitude que tenham em relação a gastos."
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores conduziram estudos a partir de cruzamentos de dados e pesquisas.
Em um deles, colocaram no site
do "New York Times" uma enquete sobre gastos e poupança.
A partir disso, selecionaram
e-mails de 458 pessoas casadas,
que participaram da segunda
etapa do estudo. Os questionários incluíam perguntas sobre
como elas lidavam com dinheiro. Na terceira etapa, os participantes forneciam informações
pessoais, como renda e número
de filhos, e avaliações sobre
seus próprios relacionamentos.
"O que a pesquisa mostra é que
há uma diferença entre o que as
pessoas dizem que procuram
em um parceiro ideal e as características dos pares por
quem elas se sentem atraídas."
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