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Bolsa já acumula queda de 20% no mês
do enviado especial ao México
O México resistiu bem à primeira rodada da crise asiática, em outubro do ano passado, mas agora
entrou no círculo dos países emergentes chacoalhados pelas especulações. Só em agosto, a Bolsa de
Valores mexicana caiu mais de
20% e o governo elevou os juros
para conter a instabilidade.
A crise financeira internacional
pegou o México em plena recuperação econômica. "Os principais
indicadores econômicos do país
são bons", diz Guillermo Aboumrad, economista do Citibank. Em
1997, o país cresceu 7%, taxa que o
país não conhecia desde o início
da década de 80.
Nos últimos tempos, o governo
mexicano tem tentado apagar a
má imagem da crise tequila. Antes, o volume de reservas internacionais era divulgado semestralmente, agora os indicadores são
renovados para consulta pública a
cada semana.
Para manter o déficit público no
limite de 1,25% do PIB, projetado
no início do ano, o governo já
anunciou três cortes de gastos em
98, somando US$ 4 bilhões. "O
mais importante é manter as finanças públicas saudáveis para
poder reagir melhor aos choques
externos", diz Manuel Francia,
do Ministério da Fazenda.
O principal problema trazido
pela crise internacional foi a queda
no preço do petróleo, responsável
por 11% das exportações mexicanas. Uma queda de US$ 3,3 bilhões nas vendas externas de petróleo vai aumentar o déficit das
contas externas de 1,8% do PIB,
em 97, para 3,5% da produção nacional, em 98.
O grande medo dos mexicanos é
que a crise internacional se converta também em uma recessão
nos Estados Unidos. Graças ao
acordo de livre comércio (Nafta)
com os EUA, o México conseguiu
se levantar da crise tequila antes
do que se esperava.
Mais de 80% das exportações
mexicanas se dirigem ao vizinho
do Norte. Cerca de 60% dos investimentos estrangeiros em produção no México são voltados para
exportações para os EUA.
"Não posso imaginar o México
saindo da crise sem o Nafta", diz
Pedro Bours, presidente do Conselho Coordenador Empresarial.
Para diminuir a concentração dos
negócios, os mexicanos negociam
acordo com a União Européia.
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