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BARRIL DE PÓLVORA
Ivan interrompe produção nos Estados Unidos e reservas caem; preço preocupa, diz secretária do Brasil
Furacão reduz estoque, e petróleo vai a US$ 48
DA REDAÇÃO
O anúncio de uma redução nos
estoques norte-americanos de petróleo fez os preços do produto
encostarem em seus recordes históricos. A causa da redução dos
estoques foi a interrupção da produção de campos de petróleo afetados pelo furacão Ivan, no golfo
do México.
Com isso, os contratos negociados para novembro na Bolsa Mercantil de Nova York foram vendidos a US$ 48,35, com alta de 3,4%.
Em Londres, o barril do tipo
Brent fechou negociado a US$
44,93, alta de 3,55%.
Ontem, o Departamento de
Energia dos EUA divulgou, em
seu relatório semanal, uma forte
redução nos estoques de petróleo.
As reservas do produto do país recuaram 9,1 milhões de barris na
última semana. Os estoques agora
somam 269,5 milhões de barris,
5% a menos do que em 2003.
"As refinarias estão preocupadas com o fato de os estoques estarem baixos. Por isso, elas precisam comprar tudo à vista. E tudo
indica que na próxima semana teremos uma outra redução", disse
Ed Silliere, vice presidente da corretora LLC de Nova York.
Apesar de a causa para a redução ser passageira, os analistas seguem preocupados com outros
problemas em países produtores,
como a Rússia e o Iraque.
No entanto, a redução é considerada grave por ser um dos mais
baixos níveis desde 1998, segundo
o Conselho Nacional de Petróleo,
um consórcio de empresas de
óleo e gás dos EUA. Nesse patamar, as refinarias perdem margem de manobra para o caso de
problemas na distribuição de outras fontes.
Preço preocupa
A secretária de Petróleo e Gás
Natural do Ministério de Minas e
Energia, Maria das Graças Foster,
disse ontem que o atual preço do
petróleo no mercado internacional "preocupa muito".
Segundo Foster, o preço do barril a US$ 47 -valor próximo do
qual havia fechado o barril anteontem- é fator de preocupação mesmo para um país auto-suficiente e exportador. A Petrobras
estima que o Brasil se tornará auto-suficiente em 2006 ou até mesmo em 2005. "Há duas semanas
tivemos queda, e o mercado pareceu se comportar de forma otimista, mas aí vieram o furacão
Ivan, a interrupção da produção
no mar do Norte, os problemas
nos campos da Yukos e aí [o preço do barril] voltou a subir, isso
preocupa cada vez mais", disse.
O diretor de relações internacionais da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que, no curto e médio prazos, o preço do barril não
deve ficar abaixo de US$ 35.
Segundo Foster, o ministério
concorda que o patamar está custando a se definir. A secretária
ressaltou, no entanto, que a Petrobras realiza estudos constantes
sobre a variação do preço. "Se o
Cerveró fez essa afirmação, é porque tem suporte técnico grande
dentro da Petrobras para dizer
que sim", afirmou a secretária.
Apesar da perspectiva de preço
alto por mais tempo, a secretária
afirmou que qualquer decisão relacionada a mudança de preços é
definida pela Petrobras. "A Petrobras é que faz os ajustes, mas, se
você pergunta ao Ministério de
Minas e Energia, o preço preocupa sob todos os aspectos da economia", disse.
O último reajuste de gasolina
das distribuidoras foi de 10,8% no
dia 15 de junho. Somente em setembro, o preço do barril de petróleo em Nova York acumula
uma alta superior a 6%.
Colaborou Janaina Lage,
da Folha Online, no Rio
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