São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2005

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CONSUMO

52,6% dos entrevistados não devem fazer aquisição

Intenção de compra do brasileiro para último trimestre do ano recua

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na esteira da queda na confiança do consumidor na economia, reflexo da crise política, novos dados a serem publicados na próxima semana vão mostrar diminuição também na intenção de compra do brasileiro. Isso no período em que mais cresce o ânimo consumista da população, no último trimestre do ano. Economistas acreditam, porém, que ainda poderá haver mudança positiva nesse indicador.
De acordo com levantamento do Provar (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração), 52,6% entre 500 entrevistados afirmam que não pretendem comprar nenhuma mercadoria classificada como durável (automóveis, eletrônicos, utensílios para casa) nos próximos três meses. A análise compreende a região metropolitana de São Paulo.
No mesmo período de 2004, 35,3% dos paulistanos afirmavam o mesmo, até então a pior taxa do levantamento realizado desde o final de 1999.
A disparada de más notícias na área política -e o temor de que possam atingir a economia e, assim, o poder de compra do brasileiro- tende a afugentar os clientes das lojas, como já mostraram as recentes pesquisa de confiança do consumidor. Há três meses consecutivos cai o nível de otimismo do brasileiro, segundo pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas.
"O comprador vê essa situação delicada para o governo e pensa: "Vamos esperar isso tudo passar para ver no que dá", e então o desejo de compra fica reprimido", diz Luiz Paulo Fávero, diretor do Provar. "Essa situação tem um reflexo não direto no comércio, como resultado de um efeito psicológico", completa ele.
Expectativas sobre o ânimo de compra do brasileiro são sempre vistas, no entanto, com boa dose de cautela. A chegada do 13º salário e as reposições salariais mudam o humor do consumidor, sensível à melhora na renda e às campanhas pesadas do varejo.
Por conta disso, quando o Natal estiver mais próximo, o mês de dezembro deverá ser foco de uma nova pesquisa pelo Provar.
As recentes melhoras na renda, assim como os dados de uma estabilização nos níveis de desemprego, como informou ontem o IBGE, podem ter efeito positivo nessa nova análise em dezembro, acredita o Provar.


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