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CONSUMO
52,6% dos entrevistados não devem fazer aquisição
Intenção de compra do brasileiro para último trimestre do ano recua
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na esteira da queda na confiança do consumidor na economia,
reflexo da crise política, novos dados a serem publicados na próxima semana vão mostrar diminuição também na intenção de compra do brasileiro. Isso no período
em que mais cresce o ânimo consumista da população, no último
trimestre do ano. Economistas
acreditam, porém, que ainda poderá haver mudança positiva nesse indicador.
De acordo com levantamento
do Provar (Programa de Administração de Varejo da Fundação
Instituto de Administração),
52,6% entre 500 entrevistados
afirmam que não pretendem
comprar nenhuma mercadoria
classificada como durável (automóveis, eletrônicos, utensílios para casa) nos próximos três meses.
A análise compreende a região
metropolitana de São Paulo.
No mesmo período de 2004,
35,3% dos paulistanos afirmavam
o mesmo, até então a pior taxa do
levantamento realizado desde o
final de 1999.
A disparada de más notícias na
área política -e o temor de que
possam atingir a economia e, assim, o poder de compra do brasileiro- tende a afugentar os clientes das lojas, como já mostraram
as recentes pesquisa de confiança
do consumidor. Há três meses
consecutivos cai o nível de otimismo do brasileiro, segundo pesquisa feita pela Fundação Getulio
Vargas.
"O comprador vê essa situação
delicada para o governo e pensa:
"Vamos esperar isso tudo passar
para ver no que dá", e então o desejo de compra fica reprimido",
diz Luiz Paulo Fávero, diretor do
Provar. "Essa situação tem um reflexo não direto no comércio, como resultado de um efeito psicológico", completa ele.
Expectativas sobre o ânimo de
compra do brasileiro são sempre
vistas, no entanto, com boa dose
de cautela. A chegada do 13º salário e as reposições salariais mudam o humor do consumidor,
sensível à melhora na renda e às
campanhas pesadas do varejo.
Por conta disso, quando o Natal
estiver mais próximo, o mês de
dezembro deverá ser foco de uma
nova pesquisa pelo Provar.
As recentes melhoras na renda,
assim como os dados de uma estabilização nos níveis de desemprego, como informou ontem o
IBGE, podem ter efeito positivo
nessa nova análise em dezembro,
acredita o Provar.
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