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ECONOMIA GLOBAL
Entre 2003 e 2006, segundo projeções do Fundo, a região terá alcançado expansão média de quase 5%
FMI vê crescimento sustentado da África
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
Depois de décadas de estagnação e atrasos, os países da África
subsaariana finalmente parecem
ter ingressado no caminho do desenvolvimento sustentado.
Entre 2003 e 2006, segundo as
projeções do FMI, a região mais
pobre do planeta terá alcançado
um crescimento médio de quase
5%. Ao mesmo tempo, registrará
um dos níveis de inflação mais
baixos dos últimos 30 anos.
A África ganhou um destaque
especial na atual reunião conjunta
do FMI e do Banco Mundial. O
presidente do Bird, Paul Wolfowitz, colocou a região no topo das
prioridades do banco, e o Fundo
lançou um relatório específico sobre seus resultados econômicos
positivos.
Menos de US$ 1 por dia
Apesar de todos os recentes
avanços, a África concentra hoje
mais da metade dos 600 milhões
de pessoas no mundo que sobrevivem com menos de US$ 1 ao
dia. Também estão no continente
a maioria dos países que dificilmente atingirão as chamadas Metas do Milênio, uma série de alvos
sociais que várias nações trabalham para alcançar até 2015.
Mas uma combinação de demanda aquecida por produtos
primários, principalmente por
China e Índia, e uma renovação
da classe política em vários países
africanos, vêm, segundo o Fundo,
"pavimentando" o crescimento
africano.
Políticas macroeconômicas
mais sólidas, reformas estruturais
e uma diminuição do número de
conflitos armados são outros fatores apontados para uma mudança de clima em toda a região.
Os constantes aumentos dos
preços dos petróleo também tiveram um impacto poderoso entre
os países produtores, como Nigéria, Angola, Chade e Guiné Equatorial.
Nas previsões de 2006, o FMI
prevê para a África a maior taxa
de expansão econômica desde o
início da década de 70. Embora as
taxas positivas se dêem sobre bases muito baixas, elas são consideradas "promissoras" levando em
conta a situação da região há dez
anos, por exemplo.
Perdão da dívida
Os países africanos também
contam com a promessa das nações mais ricas de perdão de quase US$ 40 bilhões em dívidas externas contraídas junto a organismos financeiros internacionais,
como o FMI e o Bird.
Apesar dos avanços recentes, o
FMI alerta que os países africanos
ainda enfrentam "desafios enormes" para reduzir os atuais níveis
de pobreza e lutar contra doenças
como a malária e a Aids, sem falar
na carência de infra-estrutura.
"A África é hoje o local mais caro do mundo para transportar
qualquer coisa de um lugar para o
outro, seja por falta de infra-estrutura quanto por barreiras administrativas entre os países. Elas
podem ser contadas às centenas.
Entre cada mil quilômetros, um
motorista pode ter de enfrentar
de 100 a 160 postos de fiscalização", afirma o diretor-gerente do
FMI, Rodrigo Rato.
(FCZ)
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