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Após escândalo, executiva da HP antecipa a sua saída
Investigadores fizeram espionagem para descobrir fonte de vazamento de informações
Patricia C. Dunn, que havia
dito que deixaria conselho
em janeiro, pede desculpas por método empregado
em investigações
DO "NEW YORK TIMES"
A Hewlett-Packard anunciou
ontem a imediata renúncia da
presidente de seu conselho, Patricia C. Dunn. Ela é a primeira
baixa nas fileiras da companhia
devido à revelação de uma operação de espionagem interna.
Dunn será substituída por
Mark Hurd, presidente-executivo da gigante da computação.
Hurd revelou a mudança em
uma entrevista coletiva ontem.
Foi a primeira vez em que ele e
a HP discutiram publicamente
o escândalo que abala a empresa há mais de duas semanas.
Hurd disse que investigadores contratados pela HP para
identificar as fontes de vazamentos de informações confidenciais sobre a empresa empregaram métodos indevidos.
"Muitos dos processos corretos
estavam em vigor, mas infelizmente eles não funcionaram
como deviam."
"Gostaria de apresentar minhas desculpas sinceras aos
jornalistas investigados e a todas as pessoas envolvidas", disse Hurd. "Assumo o compromisso de descobrir tudo o que
aconteceu. Acredito que já tenhamos estabelecido parte
substancial dos fatos, ainda que
possa haver mais a descobrir."
Hurd anunciou que um escritório de advocacia foi contratado para investigar e explicar a
cadeia de eventos que resultou
na conduta indevida.
Dunn declarou anteriormente que deixaria seu posto em janeiro, mas continuaria como
membro do conselho. Não foi
possível estabelecer, com base
nas declarações de Hurd, se a
demissão dela do conselho indica que tenha sido considerada responsável pelos problemas quanto à investigação.
A operação interna tinha como objetivo determinar a fonte
de vazamentos de informações
confidenciais sobre o conselho
da empresa. A investigação iniciou no começo de 2005, mais
ou menos na época em que
Carly S. Fiorina foi demitida de
sua posição como presidente-executiva e do conselho do grupo. Uma segunda fase das investigações foi iniciada em janeiro de 2006.
Como parte da investigação,
registros telefônicos privados
de alguns diretores, funcionários, jornalistas e outras pessoas foram obtidos de forma
ilegal. Os investigadores contataram operadoras de telefonia
e se fizeram passar pelos titulares das contas cujos registros
procuravam.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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