São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2006

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Após escândalo, executiva da HP antecipa a sua saída

Investigadores fizeram espionagem para descobrir fonte de vazamento de informações

Patricia C. Dunn, que havia dito que deixaria conselho em janeiro, pede desculpas por método empregado em investigações

DO "NEW YORK TIMES"

A Hewlett-Packard anunciou ontem a imediata renúncia da presidente de seu conselho, Patricia C. Dunn. Ela é a primeira baixa nas fileiras da companhia devido à revelação de uma operação de espionagem interna. Dunn será substituída por Mark Hurd, presidente-executivo da gigante da computação. Hurd revelou a mudança em uma entrevista coletiva ontem.
Foi a primeira vez em que ele e a HP discutiram publicamente o escândalo que abala a empresa há mais de duas semanas. Hurd disse que investigadores contratados pela HP para identificar as fontes de vazamentos de informações confidenciais sobre a empresa empregaram métodos indevidos.
"Muitos dos processos corretos estavam em vigor, mas infelizmente eles não funcionaram como deviam." "Gostaria de apresentar minhas desculpas sinceras aos jornalistas investigados e a todas as pessoas envolvidas", disse Hurd. "Assumo o compromisso de descobrir tudo o que aconteceu. Acredito que já tenhamos estabelecido parte substancial dos fatos, ainda que possa haver mais a descobrir." Hurd anunciou que um escritório de advocacia foi contratado para investigar e explicar a cadeia de eventos que resultou na conduta indevida. Dunn declarou anteriormente que deixaria seu posto em janeiro, mas continuaria como membro do conselho. Não foi possível estabelecer, com base nas declarações de Hurd, se a demissão dela do conselho indica que tenha sido considerada responsável pelos problemas quanto à investigação.
A operação interna tinha como objetivo determinar a fonte de vazamentos de informações confidenciais sobre o conselho da empresa. A investigação iniciou no começo de 2005, mais ou menos na época em que Carly S. Fiorina foi demitida de sua posição como presidente-executiva e do conselho do grupo. Uma segunda fase das investigações foi iniciada em janeiro de 2006.
Como parte da investigação, registros telefônicos privados de alguns diretores, funcionários, jornalistas e outras pessoas foram obtidos de forma ilegal. Os investigadores contataram operadoras de telefonia e se fizeram passar pelos titulares das contas cujos registros procuravam.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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