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Celular 3G acirra competição entre teles
Usuários no mundo já passam de 200 milhões; concorrência derruba os preços da conexão em banda larga na Europa
Competição cresceu após a implantação da terceira geração da telefonia celular, que viabilizou a conexão sem fio em alta velocidade
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES
Um anúncio da AOL (America Online) no jornal londrino
"Metro", publicado há uma semana, chama a atenção do público ao oferecer um laptop
Dell, gratuitamente, aos usuários que contratarem seu serviço de acesso à internet em banda larga pelo prazo mínimo de
dois anos.
A doação do computador, como forma de atrair clientes para serviços com contratos pós-pagos, é um termômetro da
competição existente na Europa na oferta de serviços de banda larga. A competição cresceu
após a implantação da terceira
geração da telefonia celular,
que viabilizou a conexão sem
fio em alta velocidade.
Segundo estatísticas das operadoras, já existem cerca de
200 milhões de usuários de celular de terceira geração no
mundo, e a base de assinantes
duplica a cada ano. A primeira
geração foi o celular analógico;
a segunda foi o digital. A diferença para o de terceira geração
está na velocidade da transmissão de dados, que está mudando a escala de competição no
mercado.
A competição tem reduzido
os preços do acesso à internet.
A Vodafone (segunda maior
operadora de telefonia celular
mundial, atrás da China Mobile), baixou o preço do plano
mensal de acesso à internet, no
Reino Unido, de 42 libras (cerca de R$ 157) em julho para 25
libras (R$ 93,50) neste mês.
Há planos para conexão por
um dia, por 8,5 libras (cerca de
R$ 31,80), o que mostra uma
concorrência direta das operadoras com os provedores de conexão Wi-Fi. O de terceira geração, porém, não alterou o
preço do serviço de voz.
Privacidade
A transmissão em alta velocidade do 3G permite que o assinante veja seu interlocutor na
tela do celular, com qualidade
de imagem semelhante à da TV.
Mas a videochamada tem
pouca receptividade entre os
europeus, que a encaram como
uma invasão de privacidade, e a
usam apenas nas ligações entre
familiares.
A tecnologia permite ainda
usar o aparelho telefônico como filmadora, e a transmissão
das imagens ao vivo para a pessoa que está do outro lado da linha, desde que os dois aparelhos contenham a tecnologia.
Estudos internacionais mostram que os consumidores reagem de forma diferente à nova
tecnologia, de um país para outro. Os italianos usam mais a
função de recepção de TV e vídeos sob demanda, com preferência para programas de humor, noticiário e conteúdo erótico. Os norte-americanos e os
habitantes do Leste Europeu lideram os downloads de música. Curiosamente, os maiores
usuários da função de jogos
não são os adolescentes, mas
profissionais de 25 a 34 anos,
que a usam para ilustrar apresentações de negócios.
Banda larga
A maior mudança é no acesso
à internet. Há modens que podem ser plugados tanto nos laptops como nos computadores
de mesa. Já existem computadores com modem interno (ou
embarcado, como dizem os técnicos) para conexão em 3G.
Segundo as empresas, as vendas têm sido puxadas pelos modens, e a tendência é a de que isso se mantenha, porque sai mais em conta para as operadoras subsidiar os modens do que
os computadores. Há modens
disponíveis no formato de pendrive, que o usuário leva pendurado no chaveiro.
"O usuário não precisa contratar um acesso à internet fixo
e outro móvel. Isso é especialmente útil para os que mudam
de endereço com freqüência, e
a cada mudança têm de chamar
o instalador", diz Alec Howard,
executivo da Vodafone.
A tecnologia oferece velocidade de transmissão similar à
da banda larga oferecida pela
telefonia fixa e pelas redes de
TV a cabo, com a vantagem da
mobilidade.
A campanha publicitária da
Vodafone, para divulgação do
3G, em outdoors no metrô londrino, chama a atenção para a
mobilidade, com a imagem de
um galo de terno e gravata, caminhando no campo, com o
laptop sob a asa.
Liderança portuguesa
As redes de terceira geração
de celular começaram a ser implantadas na Europa a partir de
2003, mas foi neste ano, especialmente nos últimos três meses, que o serviço deslanchou.
Portugal é o país com maior uso
proporcional dessa tecnologia:
25% dos celulares são 3G.
A segunda maior taxa (22%)
é registrada na Itália, que tem
85 milhões de aparelhos celulares para uma população de 59
milhões de pessoas. O mercado
italiano tem outra peculiaridade: mais de 90% dos aparelhos
são pré-pagos, inclusive os de
terceira geração.
A repórter ELVIRA LOBATO viajou a Londres a
convite da Claro e da Qualcomm.
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